Título: Dilma se cala sobre conversa com Obama
Autor: Weber, Demétrio ; Oliveira, Eliane
Fonte: O Globo, 18/03/2011, O País, p. 3

Presidente americano participará no sábado de coquetel no Alvorada

UBERABA (MG) e BRASÍLIA. A presidente Dilma Rousseff mantém em sigilo o teor da conversa que terá com o presidente Barack Obama, que chega ao país este fim de semana. Durante cerimônia de assinatura de um protocolo de intenção para construção de uma fábrica de amônia e de um gasoduto, em Uberaba (MG), ela evitou comentar a possibilidade de o encontro ser pautado por questões relativas à exploração de petróleo.

- Não tenho como adiantar isso - disse ela, encerrando a rápida entrevista coletiva após o evento.

Ao se aproximar dos jornalistas, Dilma brincou dizendo que responderia apenas a duas perguntas. E a primeira deveria ser: "Como vai a senhora?". Cercada por ministros, Dilma fez que não ouviu outras indagações sobre o encontro com Obama, e deixou o local com a comitiva direto para o aeroporto, de volta a Brasília.

A presidente em exercício da Petrobras, Maria da Graça Foster, também não revelou detalhes sobre a passagem de Obama pelo Brasil e eventuais acordos com o governo brasileiro.

- A agenda é do governo federal e a participação do presidente (José Sérgio) Gabrielli está restrita a um evento em Brasília - disse ela. Gabrielli está de férias até amanhã.

Obama encerra a programação de sábado com um coquetel no Palácio da Alvorada. O Itamaraty informou ontem que ele será recebido às 17h20m e deve ficar no Alvorada até 18h. Depois, seguirá para o Rio. No coquetel, serão servidos sucos de frutas e pão de queijo.

Sábado, os governos brasileiro e americano assinam o Trade and Economic Cooperation Agreement (Teca), que cria uma comissão para o comércio entre os dois países. A comissão desenvolverá um plano de trabalho em comércio e serviços, temas sanitários, barreiras técnicas, aspectos regulatórios e temas agrícolas. O grupo deve se reunir uma vez por ano e será conduzido pelos ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, pelo lado brasileiro; e pelo United States Trade Representative (USTR), pelo lado americano.