Título: Durval acusa secretário de chantagear Arruda
Autor: Carvalho, Jailton
Fonte: O Globo, 26/03/2011, O País, p. 15

BRASÍLIA. O ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM, acusou o atual secretário de Justiça do Distrito Federal, Alírio Neto, de cobrar R$4,5 milhões do ex-governador José Roberto Arruda para não entregar ao Ministério Público gravação de uma comprometedora conversa entre o ex-secretário de Obras do DF Márcio Machado e o empresário Juarez Lopes Cançado. Em depoimento ao MP em 19 de março de 2010, Barbosa disse que Arruda cedeu à pressão e pagou os valores cobrados por Alírio e pelo ex-diretor de Polícia Civil Cleber Monteiro.

Se Arruda recusasse a proposta, a gravação iria para os promotores encarregados da Operação Aquarela. Deflagrada em 2007, a ação levou à cassação do senador Joaquim Roriz, até então o político mais influente do DF. As investigações trouxeram dissabores também para o senador Gim Argello (PTB-DF). Mas passaram ao largo da administração de Arruda que já distribuía dinheiro a políticos aliados, conforme ele confessou ao MP.

¿O governador Arruda e Márcio Machado cederam às extorsões e pagaram R$4,5 milhões para que as gravações não fossem apresentadas às autoridades responsáveis pela Operação Aquarela¿, disse Barbosa aos promotores da Operação Caixa de Pandora. Alírio e Cleber negaram ter pedido ou recebido dinheiro de Arruda.

Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay, advogado de Juarez Cançado e Márcio Machado, disse que várias conversas com diversos interlocutores foram gravadas, apreendidas e encaminhadas ao Ministério Público.