Título: Corrida aos postos de saúde
Autor: Alves, Maria Elisa
Fonte: O Globo, 26/03/2011, Rio, p. 16

Febre alta com início súbito, forte dor de cabeça, prostração e dor atrás dos olhos são alguns dos sintomas da dengue clássica, que, desde anteontem, estão deixando a funcionária pública Rosane Correia debilitada. Ontem à tarde, depois de sofrer um desmaio e começar a sentir dores no estômago, sinais do tipo hemorrágico da doença, ela procurou o Centro Municipal de Saúde João Barros Barreto, em Copacabana, e acabou transferida para a UPA de Botafogo, para ficar em observação. Assim como Rosane, pacientes com suspeita de dengue estão procurando os postos de saúde da prefeitura, em busca de tratamento e diagnóstico preciso.

Segundo os médicos da unidade de Copacabana, que fizeram o primeiro atendimento, Rosane foi transferida porque o posto funciona das 8h às 20h e ela teria que ficar em observação por tempo indeterminado, em hidratação. Bastante abatida, a paciente contou que nunca teve dengue.

Segundo a direção do centro de saúde, cerca de 20 pessoas estão sendo atendidas, em média, durante os plantões de 12 horas. Esta semana, a prefeitura montou polos para atendimento de pessoas com suspeita de dengue em 12 unidades municipais, que funcionam com profissionais contratados por organizações sociais (OS). Os selecionados são especializados em urgência e emergência e passaram por capacitação, segundo a Secretaria municipal de Saúde. O contrato é temporário e renovado mensalmente, de acordo com a necessidade.

Em Copacabana, os médicos também fizeram a transferência, ontem, de uma menina de 7 anos. A aposentada Vanessa Martins, com os sintomas da dengue clássica, foi medicada e liberada. Aparentando muito cansaço, o entregador de água Gabriel Vieira buscou tratamento ontem na Policlínica Oswaldo Cruz, no Centro do Rio. Ele fez exame de sangue, tomou soro e foi orientado a voltar hoje. O comerciário Gilvan Barros, que está com os sintomas há uma semana, foi ontem à unidade pela segunda vez e voltará amanhã, para acompanhamento.

De acordo com o médico de plantão, todos os pacientes que chegam ao posto passam por triagem clínica, fazem exame de sangue e recebem orientação. Para confirmar o diagnóstico de dengue, é necessário pedir exame de sorologia, que fica pronto em 30 dias.