Título: Deputado agora tenta polêmica com MEC
Autor: Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 01/04/2011, O País, p. 9

Bolsonaro acusa a pasta de estimular o homossexualismo e a pedofilia com kits

SÃO PAULO. Depois de comprar brigas com os movimentos gay e de negros, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) ontem atacou o Ministério da Educação, usando o mesmo tom preconceituoso. Em entrevista à Rádio Estadão/ESPN, disse que o MEC vai estimular o homossexualismo e "abrir as portas para a pedofilia" ao distribuir um "kit gay para as escolas de primeiro grau". O kit, porém, não é gay e será destinado a professores do ensino médio. Mas, apra Bolsonaro, o kit contém "filmetes pornográficos", que mostram um garoto pintando as unhas na escola e tratam de beijo lésbico, além de cartazes e cartilhas.

- Atenção, pais, os seus filhos vão receber um kit que dizem que é para combater a homofobia, mas que na verdade estimula o homossexualismo. Com a mentira de estar combatendo a homofobia, eles estão estimulando o homossexualismo e abrindo as portas para a pedofilia - afirmou.

O ministério não quis comentar as declarações de Bolsonaro e esclareceu que o kit de combate à homofobia nas escolas ainda está em análise numa comissão da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad). Segundo o ministério, o material é destinado a professores do ensino médio.

Deputado saudou militares pelo 31 de março

Bolsonaro aproveitou a entrevista para saudar os militares pelo dia 31 de março, data do golpe militar de 1964, e criticou as pessoas que acham que "tudo é culpa da ditadura".

- Se me permite saudar os militares, que, junto com a imprensa, com a Igreja Católica, os trabalhadores, as mulheres na rua, proporcionaram o 31 de março e fizeram com que nós hoje não estivéssemos cortando cana, a exemplo do pessoal de Cuba - afirmou.

O parlamentar disse não ter medo de perder o mandato por suas declarações polêmicas:

- Eu tenho imunidade para roubar ou para falar? - perguntou ele, apesar de racismo ser crime