Título: Aneel descarta atraso em obras após protestos em Jirau e Santo Antônio
Autor: Tavares , Mônica
Fonte: O Globo, 06/04/2011, Economia, p. 20

BRASÍLIA. Está praticamente descartada a possibilidade de as greves dos trabalhadores das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, e a consequente paralisação das obras atrasarem o início da geração de energia nos próximos anos. Para o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, uma interrupção de 20 dias a um mês não atrapalharia o cronograma.

- Hoje não trabalhamos com esta possibilidade - disse ele.

De acordo com a concessionária do empreendimento, Santo Antônio previa a ligação da primeira turbina na segunda quinzena de dezembro deste ano, o que está ameaçado. Mas isso não atrapalhará o cronograma amplo de implantação das outras sete até abril. Com isso, o restante do cronograma não sofreria atraso.

No caso da usina de Jirau, a concessionária já informou que a entrada em operação da primeira casa de força, prevista para março de 2012, deverá sofrer atrasos. Ela fica justamente na área atingida pelos distúrbios de março. A segunda casa de força, porém, ficou mantida para junho a julho de 2012, pois não houve estragos na margem esquerda, onde estará localizada.

Nelson Hubner afirmou, no entanto, que a avaliação dos prejuízos e dos eventuais atrasos cabe as companhias. Ele disse que se a ela achar que tem algum risco terá que informar a Aneel sobre o problema, em seus relatórios, que são enviados a cada dois meses.

Empreiteira pode aceitar reivindicação de operários

Ontem, trabalhadores e Camargo Corrêa, construtora responsável pela obra de Jirau, se reuniram e a empresa disse que há disposição de aceitar a pauta de reinvindicações. Mas condicionou a formalização de uma proposta a uma manifestação do Ministério Público do Trabalho, no sentido de dar sinal verde ao retorno dos operários.

Isso porque a liminar obtida pelo MPT na Justiça de Rondônia condiciona a volta ao trabalho à reconstrução total dos alojamentos e demais instalações. Haverá também uma nova reunião entre os sindicatos dos trabalhadores e patronais hoje para avaliação.

A pauta dos operários prevê antecipação do reajuste salarial de 5% de maio para abril; aumento da cesta básica de R$110 para R$132 e licença de cinco dias a cada três meses com passagem de avião de ida para casa até as capitais (para o interior, haverá reembolso do bilhete de ônibus).