Título: Jaqueline Roriz se cala sobre denúncias
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Fonte: O Globo, 12/04/2011, O País, p. 5

BRASÍLIA. Depois de um mês de ausências não justificadas e uma internação por problemas renais no fim de semana, a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) voltou rapidamente no fim da manhã de ontem a seu gabinete, na Câmara. Segundo assessores, ela despachou com a equipe e foi almoçar. Na saída, Jaqueline voltou a dizer que não poderia falar, por orientação de seus advogados, sobre o vídeo em que aparece recebendo R$50 mil de Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção no governo do Distrito Federal.

Limitou-se a falar sobre seu estado de saúde. Na última quinta-feira, Jaqueline sentiu-se mal, foi ao serviço médico da Câmara, que recomendou que ela procurasse uma clínica médica. A deputada foi internada com quadro de infecção urinária e teve alta no último sábado. Ontem, ela disse estar se sentindo melhor.

Os advogados da deputada preparam documento para entregar à Câmara e pedir que os dois atestados apresentados por ela durante o mês em que esteve afastada dos trabalhos sejam considerados. Jaqueline faltou a nove das 11 sessões deliberativas realizadas em março e teve descontados R$13.665 do subsídio parlamentar, equivalente a R$26,7 mil.

A deputada responde a processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara. O presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo (PDT-BA), aguardará até quarta-feira o fim do prazo regimental para que os advogados da deputada apresentem defesa e possa ser iniciada a instrução probatória do processo.

Os advogados de Jaqueline já entregaram duas defesas ao Conselho de Ética: na primeira, alegam que o órgão não tem legitimidade para julgar o caso do flagrante em que Jaqueline recebe o dinheiro das mãos de Durval, porque o ato ocorreu em 2006, quando ela não era deputada; na segunda, rechaçam a denúncia de que ela teria usado, irregularmente, a verba indenizatória do atual mandato. Mas não entregaram, por exemplo, o rol de testemunhas a serem ouvidas pelos conselheiros.

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) tem até está quarta-feira para entregar a defesa nas ações que o acusam de racismo e homofobia, por declarações dadas durante o programa "CQC", da TV Bandeirantes.