Título: Falta de pessoal qualificado é entrave na região
Autor: Batista, Henrique Gomes
Fonte: O Globo, 24/04/2011, Economia, p. 33

No mundo, exportação de serviços cresce mais que comércio de bens

O economista Andrés López afirma que entre os principais problemas da região na exportação de serviços está a falta de pessoal qualificado, fluência dos trabalhadores em inglês, uma reputação global de alguns setores de serviços e uma agenda oficial de promoção das empresas da região:

- O setor de serviços é fundamental. A exportação deste segmento cresceu muito mais que a venda de bens nos últimos anos e, durante a crise global, os serviços foram muito menos afetados que a venda de produtos.

O argentino lembra que, somente entre 2005 e 2007, a exportação de serviços de pesquisa e desenvolvimento, no mundo, cresceu 32%. O estudo - disponível no site da entidade (www.redmercosur.net) - cita problemas como o ocaso da exportação de produtos audiovisuais do México, que já foi um dos maiores exportadores mundiais, mas que agora perde espaço no setor a cada ano.

O trabalho também aponta sete soluções para que a região cresça na exportação de serviços: cuidado com os custos dos serviço; melhorar em quantidade e qualidade a mão de obra; aperfeiçoar os mercado financeiros locais; investir em infraestrutura e tecnologia; criação de incentivos; criação de uma estratégia de promoção dos serviços; e criar bons marcos regulatórios para estes setores.

- Temos que aproveitar nossas vantagens competitivas, como a proximidade cultural e de fuso horário com os EUA e a Europa, além da criatividade brasileira - afirma o professor da UFRJ Paulo Bastos Tigre, que participa do livro indicando os serviços bancários e médicos como dois filões que podem ser explorados pelo Brasil.

Governo abre linha de crédito a exportadores

Mauricio Do Val, diretor do Departamento de Políticas de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento (Mdic), afirma que a situação está mudando desde 2005, quando foi criada a secretaria para exportação de serviços no ministério. Segundo ele, desde dezembro, uma portaria do ministério abriu a possibilidade de empresas de 70 segmentos de serviços conseguirem financiamento do Proex, sistema especial aos exportadores.

- Somos o 17º maior importador de serviços do mundo e apenas o 31º maior exportador. Temos que criar incentivos, não podemos ficar apenas no setor de obras - disse.

Do Val explicou que o governo está em vias de adotar duas novidades: a nova nomenclatura nacional de serviços, prevista para os próximos meses, e, em janeiro de 2012, a instalação do sistema integrado de comercio exterior de serviços (Siscoserv), semelhante ao Siscomex, ou seja, uma contabilidade das exportações brasileiras de serviço, algo único no mundo, segundo ele.