Título: Obras da Copa: ministro das Cidades reconhece atrasos em seis sedes
Autor:
Fonte: O Globo, 21/04/2011, Economia, p. 20

Mario Negromonte defende flexibilização dos processos de licitação

BRASÍLIA. O ministro das Cidades, Mario Negromonte, entrou ontem no debate sobre os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 ao afirmar que seis das 12 cidades-sedes estão com obras atrasadas. Ele frisou que será preciso aumentar o ritmo dos trabalhos e defendeu a flexibilização das regras de licitação para acelerar os projetos.

- Nossa parte (da União) é mobilidade urbana e vamos ter a responsabilidade de levar o torcedor até a catraca do estádio. São 12 cidades-sedes, boa parte está com problemas. Eu diria meia dúzia - afirmou, durante cerimônia de formatura de diplomatas no Itamaraty, em Brasília.

Na visão do ministro, que não entrou em detalhes dos cronogramas nem citou as cidades com problemas, a flexibilização dos processos de licitação não vai encarecer as obras ou abrir espaço para irregularidades.

- Temos que diminuir esses gargalos e simplificar normativas, os procedimentos e a burocracia para que possamos avançar. Pode-se simplificar sem perder de vista a lisura e o padrão de seriedade e de ética. Queremos obra pronta sem passar por cima das leis. O Ministério Público, o Tribunal de Contas da União e a Controladoria-Geral da União vão fiscalizar - afirmou.

Sobre a situação dos estádios, o ministro das Cidades disse que está analisando cada caso:

- Existem atrasos em função de projetos que têm pendências jurídicas e ambientais. Elas estão sendo monitoradas. O sinal amarelo ainda não acendeu.

Nos últimos dias, vários integrantes do governo se manifestaram sobre o estágio das obras da Copa. Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), muito criticado pelas autoridades, pelo menos nove dos 13 aeroportos de cidades-sedes não estarão prontos até o evento.

Já o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou justamente a mobilidade urbana como um dos principais entraves no planejamento do Mundial. Segundo um parecer do órgão, 16 dos 50 projetos de transporte urbano correm riscos de atraso. A situação estaria pior em Fortaleza e Recife.

Ao se referir sobre as obras da Copa, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, responsável pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), disse que o governo "não vai passar vergonha".