Título: Até o fim de 2010, só 92 mil casas para famílias mais pobres
Autor: Herdy, Thiago
Fonte: O Globo, 21/04/2011, O País, p. 3

Programa já recebeu R$53 bi de investimento

BRASÍLIA. Lançado em abril de 2009 para combater o déficit habitacional no Brasil com ampla concessão de subsídios, o programa Minha Casa Minha Vida consumiu, até o fim do ano passado, investimentos de R$53 bilhões, entre desembolsos do Orçamento da União e do FGTS. Mas, até o fim de 2010, só foram entregues, em todo o país, 92.412 residências para a população de zero a três salários mínimos, onde se concentram 90% do déficit habitacional brasileiro.

O GLOBO tentou obter ontem da Caixa os números mais recentes do programa. Porém, à véspera do feriadão, a assessoria da instituição respondeu que seus gestores tinham grande volume de trabalho e não era possível atender a solicitação.

Pelo balanço oficial do fim de 2010, para a população da faixa de zero a três mínimos foram contratadas, até dezembro, 482.462 residências. Esta população é o alvo principal do programa, com prestações consumindo no máximo 10% da renda.

O Minha Casa visa a atender famílias com renda mensal entre zero e dez salários mínimos e tem como valor máximo de financiamento imóveis até R$170 mil (este teto vale para grandes regiões metropolitanas, como Rio e São Paulo). A meta do programa era chegar ao fim de 2010 com um milhão de unidades contratadas para três faixas de renda, e o balanço oficial da Caixa Econômica Federal aponta que foi acertada a construção de 1.003.214 moradias até 31 de dezembro.

As outras duas faixas de renda são as de 3 a 6 salários mínimos e de 6 a 10. Além da baixa qualidade de projetos, a falta de terrenos nas grandes áreas urbanas e a recente valorização dos imóveis, que desenquadra as residências do programa, são problemas do Minha Casa. No último caso, houve a elevação do teto máximo. Mas ainda há dificuldades para entregar casas à população de mais baixa renda.