Título: China ultrapassará os EUA em 2016
Autor: Beck, Martha; Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 27/04/2011, Economia, p. 25

Previsão, baseada em dados do FMI, é citada por colunista do `WSJ¿

BOSTON. A economia chinesa ultrapassará a americana pela primeira vez na História daqui a cinco anos. A informação, que se refere à paridade de poder de compra e está baseada nas últimas estimativas divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), encontrava-se disponível desde abril e ninguém percebeu, segundo o colunista Brett Arends, do jornal financeiro americano ¿The Wall Street Journal¿. A afirmação, foi feita no site MarketWatch, hospedado pelo ¿WSJ¿, e reabriu o debate sobre o fim cada vez mais próximo da hegemonia americana no cenário global.

Em artigo intitulado ¿IMF bombshell: Age of America nears end¿ (A bomba do FMI: a era americana se aproxima do fim), Arends cita dados do último relatório ¿World Economic Outlook¿ do FMI, que indicam que o PIB chinês medido pelo critério de paridade de poder de compra passará dos atuais US$11,2 trilhões para US$19 trilhões em 2016, superando o americano, que hoje está em US$15,2 trilhões e será de US$18,8 trilhões daqui a cinco anos. Em 2016, Pequim responderia por 18% da produção mundial, enquanto Washington ficaria com 17,7%.

Segundo a ¿BBC Brasil¿, o FMI afirmou ao ¿WSJ¿ que não considera adequado o critério usado pela coluna. ¿Na paridade de poder de compra, os preços são influenciados por serviços não comerciáveis, que são mais relevantes no plano doméstico que no plano global¿, disse o Fundo.

Outro critério indica que os EUA continuarão como maior potência econômica. O PIB em preços correntes ¿ valor da produção convertido em dólares para efeito de comparação ¿, mostra que os EUA (US$18,8 trilhões) permaneceriam quase 70% maior que a China (US$11,2 trilhões) em 2016. Ainda assim, segundo a ¿BBC Brasil¿, Arends considera que a comparação na qual a China supera os EUA ¿é o que importa¿: ¿As taxas de câmbio variam rapidamente. E as taxas de câmbio adotadas pela China são falsas. A China mantém a sua moeda, o yuan, artificialmente desvalorizado através de grandes intervenções no mercado. Isto é muito mais que uma questão de estatística. É o fim da era americana¿.