Título: Governador de SC troca DEM pelo PSD
Autor: Perboni, Juraci
Fonte: O Globo, 03/05/2011, O País, p. 4

Junto com Colombo também deve sair o deputado federal Paulo Bornhausen

FLORIANÓPOLIS. O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, comunicou ontem ao presidente do DEM, José Agripino Maia, que vai se filiar ao novo PSD, liderado pelo prefeito Gilberto Kassab, opção que deve ser seguida também pelo deputado licenciado Paulo Bornhausen, filho de Jorge Bornhausen, fundador do DEM e que deverá deixar a vida política.

Colombo disse ainda a Agripino Maia que a maioria dos filiados ao DEM no estado deve segui-lo. São sete deputados estaduais, três federais, 43 prefeitos e 53 vice-prefeitos. De acordo com Colombo, há 125 mil filiados ao DEM no estado, que podem se transferir para o PSD.

-Telefonei para o José Agripino Maia e relatei os encaminhamentos de ontem (domingo) à noite da saída do partido. Vamos continuar preservando a nossa relação. Foi uma conversa bem amistosa - disse Colombo.

De acordo com Colombo, Jorge Bornhausen não deverá se filiar a qualquer sigla, mas seu filho, o deputado federal Paulo Bornhausen, que ocupa o cargo de secretário no governo estadual, vai assinar ficha de filiação à nova sigla nos próximos dias.

- O doutor Jorge Bornhausen entende que a participação dele, sob o ponto de vista partidário, se esgota. Deverá se desfiliar do DEM e não se filiar a nenhum partido. Mas ele está solidário neste nosso movimento.

Colombo disse que seu papel no PSD será de contribuir para a construção do partido junto com os principais líderes, como a senadora Kátia Abreu e o prefeito Kassab. Perguntado se pretendia convidar a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, a também sair do DEM, disse que vai conversar com ela, mas apenas para comunicar a sua decisão.

Sobre um possível alinhamento do PSD com o governo Dilma Rousseff, Colombo afirmou que ele e seu grupo continuarão sendo oposição e que isso "ficou acordado dentro do PSD".

- Nós não vamos nos alinhar ao PT. Nós vamos caminhar no projeto original de manter a nossa posição de contraponto. É importante que haja uma oposição, e nós a faremos. O PSD não será da base do governo.

Ele disse que não haverá qualquer mudança na estrutura do governo estadual e que não pretende convidar ou cooptar políticos de outros partidos.

Explicou que teve um encontro com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), para tratar de uma aliança nas eleições municipais de 2012 em Santa Catarina:

- O que nós fechamos lá em Pernambuco foi com a possibilidade de fazermos uma aliança em Santa Catarina entre PSD e PSB nas cidades onde tenha rádio e televisão.

Apesar do tom conciliador, de repetidas vezes dizer que "não houve rupturas ou desentendimentos", Colombo não deixou de criticar o PSDB nacional por não ter ajudado o DEM neste momento de crise.

- Acho que o PSDB errou quando não deu ao DEM as condições de sobrevivência, porque o DEM não tem um projeto nacional, não tem um candidato a Presidência da República, que se transforma numa bandeira. O PSDB tem um candidato viável, que é o Aécio Neves, tem uma estrutura nacional favorável. Então, ele tinha que dar proteção ao aliado. Acho que isso foi fatal. Acho que o DEM vai ser extinto, vai ter um novo caminho.