Título: Bolsa cai pela 3ª semana seguinte e acumula queda de 8,76% em 2011
Autor: Carneiro, Lucianne
Fonte: O Globo, 14/05/2011, Economia, p. 30

Com temores em relação a países europeus, dólar sobe para R$1,633

LOJA DE roupas grega avisa que vai fechar as portas: União Europeia disse que situação no país é ¿muito séria¿

RIO e NOVA YORK. Influenciada pelos temores em relação ao crescimento econômico mundial, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda pela terceira semana seguida. Nesta, o Ibovespa, referência do mercado, caiu 1,83%. Ontem, o recuo foi de 1,20%, aos 63.325 pontos. Em maio, a desvalorização da Bolsa brasileira chega a 4,38% e, no ano, a 8,76%. Em Wall Street, o índice Dow Jones recuou 0,8% ontem e o S&P 500 caiu 0,8%. Nasdaq perdeu 1,2%.

A aversão a risco acabou contaminando o mercado de câmbio. O dólar chegou a subir 1,47%, mas acabou fechando com alta menor, de 0,61%, cotado a R$1,633.

¿ O mercado teve hoje (ontem) mais um dia de aversão a risco no mundo todo. O problema da inflação começa a preocupar não apenas nas nações emergentes, mas também na Europa. E cada vez são maiores os temores com o endividamento de países europeus, especialmente da Grécia ¿ afirmou o gestor da Yield Capital, Hersz Ferman.

Ontem, a preocupação com a Grécia se fortaleceu após o comissário para Assuntos Monetários da União Europeia (UE), Olli Rehn, afirmar que a situação no país é ¿muito séria¿ e que será preciso cortar ainda mais custos que o previsto no pacote de resgate fechado ano passado com a entidade e o Fundo Monetário Internacional (FMI). O jornal alemão ¿Die Welt¿ afirma, em sua edição de hoje, que UE, FMI e Alemanha já estariam prontos para reestruturar a dívida grega, mas que a França e o Banco Central Europeu se opõem.

E as ações de empresas ligadas a commodities acabaram pesando sobre o Ibovespa, após os preços terem recuado no mercado internacional. Os papéis preferenciais da Vale (PN, sem voto) caíram 1,81%, a R$42,27, enquanto as ordinárias (ON, com voto) perderam 1,63%, a R$47,66.

Para o estrategista de renda variável da CM Capital Markets, Rafael Espinoso, também teve influência negativa sobre o mercado a divulgação de um relatório sobre o UBS que apontava que o fim da segunda fase do programa de afrouxamento monetário dos Estados Unidos deve aumentar a volatilidade dos preços de commodities.

Lucro da Eletrobras avança 147% em 2010

A Eletrobras informou ontem que fechou 2010 com lucro líquido de R$2,248 bilhões, uma alta de 147% em relação aos R$911 milhões de 2009. A receita operacional da holding ficou em R$4,085 bilhões no ano passado, uma queda de 12,4% frente aos R$4,666 bilhões de 2009. Já a receita financeira líquida caiu 44% na mesma comparação, passando para R$2,157 bilhões. As perdas cambiais somaram R$431 milhões, bem abaixo dos R$4,019 bilhões de 2019. Entre as controladas, o maior ganho ficou com a Chesf, que fechou 2010 com lucro líquido de R$2,177 bilhões, uma alta de 140,2% na comparação com os R$906 milhões do ano anterior. Furnas fechou o ano com lucro líquido de R$636 milhões, resultado 77,6% acima dos R$358 milhões de 2009. Entre as demais controladas, destaque ainda para o ganho de R$441 milhões de Itaipu em 2010, 34,1% abaixo do lucro de R$670 milhões no ano anterior; e para o prejuízo de R$135 milhões da Eletronuclear no ano passado, contra lucro de R$218 milhões no anterior.

COLABOROU Ramona Ordoñez, com agências internacionais