Título: Preço do álcool começa a cair nos postos do Rio
Autor: Ribeiro, Fabiana; Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 11/05/2011, Economia, p. 19
Pesquisa do GLOBO em 10 estabelecimentos mostra que, em seis, houve redução de 1,6% a 10,3%. Gasolina não baixou
Os preços do álcool começaram a apresentar queda em alguns postos. Ontem, em dez estabelecimentos do Rio pesquisados pelo GLOBO, seis já ofereciam o combustível a preços mais baixos, entre 1,6% e 10,3% menores em relação aos cobrados na semana passada. No caso da gasolina, não houve queda. Ao contrário, um posto chegou a subir o preço em 3,3%, passando de R$2,999 para R$3,098.
- Está acontecendo uma queda de preços esta semana. Na passada, já se mostrava ua ligeira estabilização nos preços - afirmou Alísio Vaz, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom).
Mas consumidores continuam se queixando dos preços nas bombas. Camila Ventura, que abasteceu seu carro em um posto BR de Copacabana, reclamou:
- O preço dos combustíveis ainda é um absurdo. Gostaria de abastecer com gasolina aditivada, mas está muito cara. Não costumo colocar álcool, mas como está mais em conta, foi a opção.
Com o aumento da oferta de álcool, os preços nas usinas começaram a cair nas últimas duas semanas. Porém, a demora para essa redução chegar aos postos irritou o governo, que se preocupa com o peso dos combustíveis na inflação. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse, na segunda-feira, que a Petrobras aumentará sua participação na produção de álcool e que a BR Distribuidora forçará a queda dos preços dos combustíveis nas bombas.
- Essa recomendação do ministro é desnecessária, uma vez que a BR já pratica preços bastante competitivos no mercado - destacou Vaz.
A Petrobras e a BR não quiseram comentar o assunto. Fontes do setor disseram, contudo, que a tática de usar a BR para forçar uma queda de preços é vista com preocupação pelo mercado. Segundo elas, se a BR vender álcool a preços artificialmente reduzidos, causará prejuízos à companhia e a todo segmento de distribuição.
Na cidade, alta foi maior que a média do país
De janeiro a maio, o preço do álcool nas bombas teve um aumento médio, no país, de 23,87%, pulando de R$1,860 para R$2,304, o litro. Já a gasolina teve, no mesmo período, um reajuste de 11,77%, passando de R$2,607, o litro, em janeiro, para 2,914, em maio. No município do Rio, o álcool subiu em média 25,62% nos últimos cinco meses, enquanto a gasolina ficou 13,39% mais cara.
O levantamento feito pelo GLOBO em dez postos mostra que os preços do etanol começaram a cair, mas ainda não fazem parte de um movimento generalizado e com redução padronizada. O consumidor paga, agora, 10,3% menos pelo litro do álcool no Posto Julio de Castilhos, da BR, em Copacabana. O preço do produto passou de R$2,899 para R$2,599. Na semana passada, o litro do álcool saía por R$2,999 no posto Shell do Arpoador. Hoje, sai por R$2,699, 10% a menos.
Na semana passada, os preços do álcool e da gasolina ainda registraram uma pequena alta, de acordo com uma pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) divulgada ontem. No município do Rio, o álcool aumentou R$0,03, passando a custar R$2,544, o litro.
No entanto, em relação aos preços estabelecidos na semana de 10 a 16 de abril, os da semana passada representaram uma redução de 8,13%. A gasolina vendida no município do Rio aumentou em torno de R$0,03 por litro, passando a custar R$3,006 na semana passada.
Na média do Estado do Rio, os preços da gasolina também subiram em torno de R$0,03 por litro na semana passada, sendo vendida a R$3,007. O álcool foi vendido na semana passada no estado a um preço médio de R$2,547, o litro, R$0,02 acima.
Na média do país, a gasolina foi vendida na semana passada a R$2,914, o litro, contra R$2,890 da anterior. Já o preço médio do álcool em território nacional sofreu uma redução de R$0,02 por litro, sendo vendido na semana passada a R$2,304.
Petróleo ainda sobe no mercado internacional
O preço do barril do petróleo subiu ontem 1,3% nos Estados Unidos, para US$103,88, devido ao temor que as enchentes no Rio Mississippi atrapalhem a produção na Louisiana. Já o barril negociado em Londres teve alta de 1,5%, para US$117,69.
No mercado americano, os preços futuros de petróleo subiam 3,2%. Há 11 refinarias na região das enchentes, que respondem por 13% da produção no país.