Título: Número de empregos com carteira gerados no país caiu 10,8% em abril
Autor: Doca, Geralda
Fonte: O Globo, 18/05/2011, Economia, p. 22

BRASÍLIA. O país registrou em abril a geração líquida (admissões menos demissões) de 272.225 postos de trabalho com carteira assinada - queda de 10,8% em relação a igual período do ano passado, quando foram abertas 305.068 vagas. Em março, o nível do emprego formal já havia registrado forte desaceleração, influenciado pelo carnaval. No quadrimestre, o número de contratações atingiu 797.790, também uma redução, de 17,1%, frente ao saldo obtido nos primeiros quatro meses de 2010, que foi de 962.327, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Apesar da redução no ritmo do emprego, todos os setores registraram resultados positivos em abril, com destaque para serviços (abertura de 114.434 postos de trabalho). O Estado do Rio respondeu por 25.756 vagas, recorde para o mês de abril, puxado por serviços de aluguel de imóveis, transportes e hotelaria e restaurantes.

Lupi mantém meta de três milhões no ano

Ao divulgar os dados, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse que o mês de maio terá resultados melhores que os de abril. Ele reafirmou sua previsão para todo o ano de 2011 de criação de três milhões de empregos formais nos setores público e privado. Segundo dados consolidados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), foram abertas no ano passado um total de 2,861 milhões de vagas com carteira assinada.

- Maio vai continuar nesse crescimento e eu estou muito otimista. Eu vejo um abril muito bom e um maio melhor ainda. Vamos ter três milhões de empregos formais este ano - afirmou Lupi. - Temos muitas grandes obras começando em todo o Brasil, que demandam muita mão de obra, principalmente por causa da Copa do Mundo. Temos também o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida em execução, além de intervenções municipais e estaduais saindo do papel.

Depois de serviços, a indústria de transformação foi o setor que mais contratou em abril, com saldo de 51.313 vagas. Mas este desempenho não foi generalizado, com eliminação de postos nos ramos industriais de produção de alimentos e bebidas (8.893), madeira e móveis (1.644) e têxtil (420).

Em seguida, ficaram o comércio, com 41.587 vagas, e a construção civil, que respondeu por 29.881. A agricultura registrou saldo positivo de 28.133 postos de trabalho, e a administração pública, 3.028 (funcionários regidos pela CLT).

As maiores oportunidades de emprego no mês passado foram oferecidas nas regiões Sudeste (190.057) e Centro-Oeste (21.237). O pior desempenho foi do Nordeste, com apenas 4.695 postos criados, devido a fatores sazonais relativos às atividades da cana-de-açúcar, segundo o Ministério.

Porém, devido ao desempenho do agronegócio em outras regiões, o interior do país teve aumento no ritmo das contratações superior ao registrado nas regiões metropolitanas. O conjunto das nove áreas metropolitanas respondeu por apenas 99.850 do total de postos criados em abril.