Título: Pressão religiosa no MEC
Autor: Éboli, Evandro
Fonte: O Globo, 19/05/2011, O País, p. 13

BRASÍLIA. No dia em que gays fizeram passeata e até um abraço simbólico ao prédio do Supremo Tribunal Federal - na 2ª Marcha Nacional Contra Homofobia, que a organização diz ter reunido cinco mil pessoas -, o governo, pressionado por deputados evangélicos e católicos que anunciaram obstrução nas votações, mandou o ministro da Educação, Fernando Haddad, conversar com esses parlamentares. Na polêmica estão supostas publicações do ministério que, para os religiosos, estimulam o homossexualismo. Na reunião, Haddad ouviu pesadas críticas, e teve de fazer um acordo com a bancada, de debater com ela antes de publicar livros e vídeos sobre o tema.

Na reunião, os deputados exibiram para Haddad três vídeos da série "Escola sem homofobia", feitos por uma ONG, em convênio com o MEC. Para os parlamentares, há cenas que estimulam a prática, em vez de combater o preconceito. Haddad disse que não conhecia esse material e que os filmetes estão ainda sob análise dos técnicos de sua pasta. Haddad disse que recebeu ontem cartilhas contra homofobia para escolas. Ele disse que elas ainda passarão pelo crivo do MEC e que serão ouvidos os secretários estaduais de Educação.