Título: Brasil na rota da guerrilha
Autor: Duarte, Fernando
Fonte: O Globo, 12/05/2011, O Mundo, p. 32

Governo Chávez emitiu 2.500 documentos frios, facilitando trânsito do grupo colombiano

Correspondente

LONDRES - O apoio do regime de Hugo Chávez às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) incluiu o uso do aparato diplomático e imigratório venezuelano para facilitar o trânsito de guerrilheiros no país e no exterior, incluindo no Brasil, segundo o farto material analisado para um dossiê publicado na terça-feira pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), de Londres. De acordo com o livro, pelo menos 2.500 documentos foram expedidos entre 1999 e 2002, nos primeiro anos do governo Chávez. A emissão em massa de carteiras de identidade venezuelanas frias para integrantes da guerrilha e o esquema de vistos, que incluiu a participação do consulado do país em Manaus, veio à tona no ¿Dossiê das Farc: os arquivos secretos de Venezuela, Equador e Raúl Reyes¿, escrito com base em dados encontrados no computador do guerrilheiro morto. Entre outros pontos, os e-mails do homem que foi o número 2 do maior grupo guerrilheiro colombiano revelam que Rodrigo Granda, porta-voz do grupo, teria chegado a ser detido brevemente no aeroporto de São Paulo, onde se apresentou como comerciante de ouro. E mostram como alguns guerrilheiros identificaram uma rota segura de entrada na Venezuela, passando pelo Norte do Brasil.