Título: A 7.000 km do Conselho de Ética
Autor: Herdy, Thiago
Fonte: O Globo, 20/05/2011, O País, p. 9

Jaqueline Roriz viaja para Nova York e evita depoimento ao órgão em Brasília

BRASÍLIA. Alvo de processo no Conselho de Ética por estrelar um vídeo recebendo R$50 mil de Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM no DF, a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) está desde sexta-feira em Nova York representando, sem a devida autorização, a Câmara dos Deputados no Fórum Permanente para Comunidades Indígenas da ONU. Com a viagem, ela evitou o depoimento que prestaria anteontem no Conselho de Ética, mas deverá ter descontados os dias de ausência.

A autorização para Jaqueline viajar como representante da Câmara foi aprovada pela Comissão de Relações Exteriores, mas teria que ser referendada pelo presidente da Casa, o que não ocorreu. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), está em viagem à Coreia desde o dia 12. E a presidente interina, Rose de Freitas (PMDB-ES), negou-se a assinar a autorização.

Sem aval da presidência, Jaqueline viajou só com a cópia da ata da Comissão de Relações Exteriores, que aprovou sua indicação, junto com a deputada Dalva Figueiredo (PT-AC), para o período de 16 a 27 de maio. Jaqueline viajou na sexta-feira dia 13. Com a negativa de Rose de Freitas de custear a viagem e abonar faltas, ela teria pedido que a presidente reconsiderasse, pois iria por conta própria. Rose negou.

Na véspera da viagem, dia 12, Jaqueline recebeu ofício do Conselho de Ética convidando-a para prestar esclarecimentos. Seus advogados alegaram que ela já apresentara defesa escrita e não compareceria. A assessoria de Jaqueline repudia a versão de que ela viajou para fugir:

- É palhaçada. Se a deputada Jaqueline não viajasse, não iria depor de qualquer jeito. Seus advogados já tinham comunicado que ela não iria - explicou Paulo Fona, assessor da deputada.