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Fonte: O Globo, 24/05/2011, O Mundo, p. 23

Sêmen do ex-diretor do FMI estaria na gola. Polícia não confirma

NOVA YORK. O DNA do ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn foi encontrado na gola da blusa da camareira de um hotel de Nova York que o acusa de abuso sexual, segundo as emissoras NBC (americana) e a France 2 (francesa), citando fontes ligadas ao processo. As duas redes de TV especificaram, citando fontes da polícia americana, que se trata do sêmen de Strauss-Kahn.

Um porta-voz da polícia se negou a comentar a informação, enquanto o porta-voz da Corte Criminal de Nova York, Erin Duggan, declarou que não haveria nenhum comunicado antes do início do julgamento.

Material comprova ato sexual, mas não agressão

O material teria sido recolhido no mesmo dia da suposta agressão. Na ocasião, os investigadores concentraram as buscas por provas em três lugares: na pia do banheiro onde a mulher diz ter cuspido após ter sido obrigada a fazer sexo oral em DSK; no carpete do quarto de Strauss-Kahn no hotel Sofitel de Manhattan; e na blusa da camareira, uma guineense de 32 anos, supostamente chamada Nafissatou Diallo. O resultado provaria que houve ato sexual entre os dois, mas não permite determinar se ele foi forçado ¿ algo bem mais difícil de ser estabelecido, segundo especialistas.

Uma aparição de Strauss-Kahn diante da Justiça é esperada para o próximo dia 6. Segundo seus advogados, ele deve se declarar inocente, abrindo caminho para seu julgamento ¿ previsto para o final do ano. DSK é acusado de sete crimes, pelos quais poderia pegar até 72 anos de prisão. Caso ele opte por se declarar culpado, poderia fazer um acordo com a vítima, e provavelmente teria a sentença reduzida.

De acordo com a acusação, a camareira teria entrado no quarto do hotel acreditando que ele estava vazio. Strauss-Kahn estava no banheiro tomando banho. Ao sair, ele a ¿cercou por trás e a tocou de maneira inconveniente¿ e ¿a obrigou a cometer um ato sexual¿, alega a acusação.

Em carta, ex-chefe do FMI diz que será inocentado

Atualmente, o ex-número 1 do FMI está em prisão domiciliar, num apartamento temporário em Lower Manhattan. Seus advogados buscam agora uma residência permanente para o político francês e sua mulher, a jornalista Anne Sinclair, mas as tentativas são dificultadas pela resistência dos moradores dos edifícios sondados.

Ontem, DSK escreveu uma carta aos funcionários do FMI, afirmando estar ¿frustrado¿ pela forma como deixou a instituição, e se dizendo convencido de que ¿um dia a verdade virá à tona¿ e ele será inocentado.