Título: Ministra pede esforço para combater desmate
Autor: Damé, Luiza; Alencastro, Catarina
Fonte: O Globo, 25/05/2011, O País, p. 4

Em carta ao Ibama, Izabella Teixeira critica indiretamente Aldo e manda apertar fiscalização

BRASÍLIA. Com o crescimento do desmatamento e em meio à polêmica do projeto que altera o Código Florestal, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, mandou uma carta aos servidores do Ibama pedindo esforço redobrado para evitar a destruição das matas. Em carta direcionada aos servidores do órgão na última sexta-feira, a ministra indica que o resultado do aperto da fiscalização, a partir de 31 de março, em várias regiões da Amazônia, já produz efeitos que devem se refletir nos números do desmatamento do mês de maio.

O texto afirma que "sempre existirão aqueles que buscam diminuir o valor do nosso trabalho porque ele interfere com os interesses de quem só pensa no lucro fácil, sem se preocupar com as atuais e as futuras gerações", numa referência indireta às críticas à fiscalização, inclusive feitas pelo relator do Código Florestal, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Na semana passada, ele culpou o Ibama pelo aumento da devastação.

O texto também alerta que "a nossa melhor resposta para aqueles que nos atacam é continuar nossa atuação com a mesma dedicação que está mostrando resultados positivos em todas as frentes de fiscalização". Izabella, servidora de carreira do Ibama, também aponta a retomada das atividades ilegais, porém não as relaciona diretamente com o período em que o Congresso discute a aprovação do novo Código Florestal, cujo conteúdo está longe de um consenso entre ambientalistas e ruralistas.

"Momento difícil na luta pela proteção ambiental"

De acordo com a ministra, os desmatadores retomaram "seu ímpeto" em um "momento difícil na luta pela proteção ambiental". "Estamos vivendo um momento difícil na luta pela proteção ambiental. Identificamos que os infratores ambientais retomaram seu ímpeto na destruição do bioma amazônico, agindo de forma criminosa contra o interesse maior da sociedade", diz. De acordo com o texto, os números parciais do desmatamento em maio já demonstram que o avanço dos correntões e das queimadas foi neutralizado nas últimas três semanas.