Título: Europeus querem Christine Lagarde na direção do FMI
Autor:
Fonte: O Globo, 21/05/2011, Economia, p. 43
BRUXELAS e SÃO PAULO. Líderes da Europa dedicaram esforços, ontem, para tentar indicar o sucessor de Dominique Strauss-Kahn na chefia do Fundo Monetário Internacional (FMI). O objetivo é emplacar um representante do continente no cargo antes da cúpula do G-8 (grupo das oito nações mais ricas do planeta) marcada para a próxima semana. O nome da ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, é o mais cotado.
Países emergentes iniciaram articulações em busca de candidatos alternativos à direção do FMI, mas acabaram perdendo o apoio do Brasil. Em entrevista ao "Wall Street Journal", o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o país não apresentará uma indicação nem irá se opor a um nome europeu para substituir Strauss-Khan. E, segundo ele, a escolha não precisa ser tão rápida a ponto de prejudicar debates sobre a necessidade de reformas em várias economias.
- Pode-se ter um bom candidato do mundo emergente ou de um país desenvolvido - disse Mantega, deixando claro que, para o governo brasileiro, a escolha deve ser baseada no mérito, independentemente da nacionalidade.
Uma das articuladoras da campanha por um nome europeu na direção do FMI, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, manifestou apoio a Lagarde em entrevista à agência de notícias Reuters:
- Entre os nomes mencionados para a sucessão no FMI está o da ministra das Finanças francesa, Christine Lagarde, a quem dou uma nota alta.
Jean-Claude Juncker, presidente do grupo de ministros europeus, e o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, também manifestaram apoio à candidatura de Lagarde.
Diplomatas disseram que o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, estão tentando garantir um acordo sobre o nome de Lagarde depois de as três potências da região - Alemanha, França e Grã-Bretanha - o endossarem.
- Ela é considerada a melhor candidata na Europa - disse um diplomata à Reuters.