Título: Laboratório antidoping terá novas instalações
Autor: Costa, Victor
Fonte: O Globo, 31/05/2011, Rio, p. 15

Secretário do Ministério do Esporte diz que modernização é necessária para atender à demanda das Olimpíadas

O único laboratório de controle de doping do Brasil não tem capacidade de atender à demanda de uma olimpíada. O secretário nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, afirmou ontem, durante o terceiro seminário Rio Cidade Sede, que o laboratório será instalado em outro local e os equipamentos, modernizados. No entanto, ainda não se sabe quando nem onde isso será feito. O Rio Cidade Sede, evento promovido pelo GLOBO e pelo jornal "Extra", foi realizado na Bolsa de Valores, com o objetivo de discutir a preparação do Rio para os Jogos de 2016.

Localizado no Instituto de Química (IQ) da UFRJ, no Fundão, o Ladetec é o responsável por todos os exames de doping realizados no país. Aproximadamente cinco mil testes - de competições nacionais e internacionais - são feitos no local anualmente.

- Neste novo momento, precisamos rever a nossa política de controle de dopagem. Para isso, temos que unir ciência e tecnologia. Daremos um grande passo com as Olimpíadas - disse Leyser.

A grande questão do momento é para onde o laboratório será levado. Segundo Leyser, existe a possibilidade de se construir um prédio. Mas também poderão ser aproveitadas instalações já existentes.

Médico: faltam equipamentos específicos

Especializado em controle de doping, o médico Eduardo de Rose acredita que o laboratório atende às demandas atuais, mas está longe de poder realizar todos os exames de uma olimpíada. Para ele, faltam treinamento de pessoal, espaço físico e alguns equipamentos específicos:

- Para os Jogos de Londres, está prevista uma média de cinco mil exames. Ou seja, o laboratório realizará durante as Olimpíadas o mesmo número de exames que fazemos em um ano. Além de um espaço maior para abrigar a equipe, ainda falta um equipamento capaz de identificar testosterona ingerida irregularmente.

Marcos Vinicius Freire, que faz parte da comissão de atletas da Agência Mundial Antidopagem (Wada, na sigla em inglês), também acha que o laboratório no IQ atende à demanda de hoje, mas que, para as Olimpíadas, é preciso haver instalações de outro padrão:

- Para os Jogos, precisamos de uma estrutura de alto nível, com os melhores equipamentos do mundo. Um laboratório com esse status é mais um legado importante para o Rio de Janeiro.

Em 2007, o laboratório foi responsável pela realização das análises de controle de dopagem dos Jogos Pan-Americanos, por exemplo. O Ladetec também é credenciado pela Anvisa para fazer análises de toxicologia forense e, pelo Ministério da Agricultura, para testes de resíduos químicos em animais.