Título: Cartilha ampliada
Autor: Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 01/06/2011, O País, p. 13

Kit tratará de várias formas de preconceito

BRASÍLIA. Suspenso por ordem da presidente Dilma Rousseff, após pressão da bancada religiosa na Câmara dos Deputados, o kit anti-homofobia do Ministério da Educação (MEC) poderá ganhar uma versão mais abrangente, que combata todas as formas de discriminação nas escolas e não apenas o preconceito contra homossexuais. O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou ontem que ouviu sugestão nesse sentido de parlamentares da Frente da Família e que poderá encaminhá-la à Presidência da República.

Haddad tratou do tema em audiência pública da Comissão de Educação do Senado. Ao sair, disse que segue a orientação de Dilma: ouvir segmentos da sociedade e aprofundar o debate.

¿ Há um pleito de que a matéria contra a homofobia não fique circunscrita a esse preconceito. Isso está sendo avaliado ¿ disse o ministro. ¿ São parlamentares da Frente da Família contrários a qualquer forma de intolerância e discriminação. Requisitaram ao ministério e ao governo que avaliassem a oportunidade de uma campanha mais ampla.

O ministro não se posicionou sobre a sugestão, mas citou formas de discriminação que poderiam fazer parte da campanha: de religião, de raça e relativa à mulher. Ele disse que o MEC possui material contra outras formas de discriminação e que a proposta será analisada.

Haddad lembrou que Dilma pediu a ele e aos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Maria do Rosário (Direitos Humanos) que proponham novas abordagens para o governo combater a discriminação contra homossexuais nas escolas. Segundo ele, o primeiro passo é definir as diretrizes que nortearão a campanha, o que depende de aval da Presidência da República.