Título: Fraude foi descoberta na Suiça
Autor: Rocha, Carla; Vasconcellos, Fábio
Fonte: O Globo, 05/06/2011, Rio, p. 21

A megafraude no fisco do Rio que ficou conhecida como propinoduto foi descoberta pelas autoridades suíças, que depois comunicaram o caso ao governo brasileiro. A fraude começou a ser investigada em dezembro de 2002, no governo Benedita da Silva, que havia assumido o cargo com a saída de Anthony Garotinho para concorrer à Presidência da República. No fim do ano, o Ministério Público e a Polícia Federal passaram a investigar funcionários da Secretaria estadual de Fazenda e quatro auditores da Receita Federal. O grupo teria depositado em contas no Discount Bank, na Suíça, US$33,4 milhões.

Silveirinha foi subsecretário de Administração Tributária de Anthony Garotinho e presidente do Companhia de Desenvolvimento Industrial (Codin) na gestão de Rosinha Garotinho. Com o aprofundamento das investigações, o número de suspeitos cresceu para 22. O esquema de corrupção teria sido montado na Inspetoria de Grandes Contribuintes da Secretaria de Fazenda, que concentrava as maiores empresas do estado. Acreditava-se que as contas no exterior eram abastecidas por dinheiro proveniente de propinas ou de cancelamentos irregulares de débitos tributários.

Mais tarde, surgiram outros nomes no rol de acusados, como os dos empresários de futebol Reinaldo Menezes Pitta e Alexandre Silva Martins. Todos os suspeitos tiveram o sigilo fiscal e bancário quebrado. Além disso, seus bens foram bloqueados. Com a pressão da opinião pública, o processo na Justiça Federal foi relativamente rápido. No final de 2003, os 22 acusados foram condenados, no total, a 248 anos e meio de prisão por crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. Eles recorreram e atualmente aguardam julgamento em liberdade. Já o processo de improbidade administrativa ¿ os fiscais supostamente cometeram o crime quando eram servidores públicos ¿ ainda não tem sentença.