Título: Comissão vistoria quartéis que viraram prisões
Autor: Lisboa, Vinícius
Fonte: O Globo, 10/06/2011, Rio, p. 17

Deputados constatam falta de documentos e de exame de corpo de delito nos bombeiros presos após invasão de QG

Além de parentes e amigos, os bombeiros presos receberam ontem a visita de parlamentares da Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, que fizeram uma vistoria em todos os locais onde há militares detidos. Os deputados disseram ter encontrado irregularidades, que pretendem levar à Justiça, para obter a liberdade dos bombeiros. Entre os problemas constatados está a falta de documentação e de exame de corpo de delito nos presos.

Participaram da visita o presidente da comissão, Mendonça Prado (DEM-SE), Alessandro Molon (PT-RJ), Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) e o deputado Doutor Aluizio (PV-RJ). Eles visitaram primeiro o Hospital dos Bombeiros, onde 12 militares estão presos com ferimentos leves, um deles atingido por balas de borracha na retomada do Quartel Central. Segundo os deputados, os detidos não fizeram exame de corpo de delito.

¿ Esse é um dado que demonstra a ilegalidade e a arbitrariedade dessa prisão ¿ criticou Protógenes.

Os deputados visitaram também o quartel do Méier, onde está presa a tenente-enfermeira Lucrécia Belo Fonseca. Ela, que trabalha numa Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Campo Grande, estava numa cela comum, apesar de ser oficial, com pouca ventilação e problemas no encanamento do banheiro. À tarde, Lucrécia foi transferida para o Grupamento Especial Prisional (GEP), em São Cristóvão, onde estão os oito bombeiros considerados líderes do movimento.

O GEP foi o terceiro lugar vistoriado. De acordo com os parlamentares, a documentação dos presos não estava completa: faltavam o Auto de Prisão em Flagrante, a Nota de Culpa e a Guia de Recolhimento. A assessoria do Corpo de Bombeiros não deu retorno. À noite, os deputados vistoriaram o quartel de Charitas, em Niterói, onde está a maioria dos presos.