Título: No Pará, uma usina de polêmicas
Autor: Oswald, Vivian; Alencastro, Catarina
Fonte: O Globo, 12/06/2011, Economia, p. 39
BRASÍLIA. Desde 2007, quando estrelou com um punhado de obras o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Hidrelétrica de Belo Monte é uma usina de polêmicas. Projetada há três décadas, seus rumos foram decididos várias vezes por arbitragem direta de presidentes. Recentemente, por Luiz Inácio Lula da Silva e depois, Dilma Rousseff, com disputas fratricidas entre ministros.
No campo jurídico, o empreendimento de R$30 bilhões e 516 km2 de reservatório no Rio Xingu, no Pará, levou ao enfrentamento de duas instituições: Ministério Público Federal (MPF) e Advocacia Geral da União (AGU).
Projetada para ser a terceira maior hidrelétrica do mundo, com 11.233 megawatts de capacidade, assustou investidores e levou o Estado a liderar um consórcio para garantir o empreendimento.
Despertou a ira de ambientalistas, que lutaram até na Organização dos Estados Americanos (OEA) para barrar Belo Monte. Em 1º de junho, o Ibama concedeu a licença. Não sem polêmica: 11 das 40 condicionantes foram só parcialmente cumpridas.