Título: Brasil vai ouvir vizinhos antes de decidir sobre o FMI
Autor: Oliveira, Eliane
Fonte: O Globo, 11/06/2011, Economia, p. 38

BRASÍLIA. O Brasil buscará uma posição conjunta dos países da América do Sul sobre quem apoiar na disputa pelo cargo de diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), durante a reunião de ministros da Fazenda e presidentes do Banco Central da União Sul-Americana de Nações (Unasul), prevista para o fim da próxima semana, em Buenos Aires. A determinação da presidente Dilma Rousseff é que, além dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), seja ouvida a opinião dos vizinhos, para evitar um racha entre as nações em desenvolvimento.

Estão no páreo a ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, e o presidente do BC do México, Agustín Carstens. No próximo dia 30, um deles será escolhido como sucessor de Dominique Strauss-Kahn.

- Ainda temos um tempo razoável para chegar a uma conclusão. Não vamos agir de forma precipitada - disse um alto funcionário do governo.

A reunião da Unasul seria no dia 9, mas foi adiada devido às cinzas do vulcão chileno Puyehue, que provocou cancelamento de voos na região.

Embora o governo brasileiro reconheça que Lagarde está "praticamente eleita", deve-se levar em consideração qualquer chance de o mexicano conseguir votos suficientes. Nesse caso, o Brasil se verá obrigado a apoiar Carstens, para não ser taxado de traidor das nações em desenvolvimento.