Título: Ela cobrou metas e resultados no governo de MS
Autor: Yafusso, Paulo
Fonte: O Globo, 11/06/2011, O País, p. 15

Empresas e autarquias também foram extintas

CAMPO GRANDE. A reforma implantada por Gleisi Hoffmann em Mato Grosso do Sul provocou ainda a extinção de empresas e autarquias, como a Companhia de Desenvolvimento Econômico (Codems) e a Empresa de Processamento de Dados (Prodasul), além da fusão de secretarias.

Uma das medidas destacadas por Zeca do PT foi a extinção do Instituto de Previdência de Mato Grosso do Sul (Previsul). A autarquia era responsável pela previdência e saúde dos servidores, e ainda mantinha uma carteira habitacional. Foi criada então a Caixa de Assistência à Saúde dos Servidores (Cassems), que, segundo o ex-governador, é modelo para outros estados.

O deputado estadual Paulo Duarte (PT), que na época era o braço-direito de Paulo Bernardo na Secretaria de Fazenda, diz que as medidas sugeridas por Gleisi Hoffmann na reforma administrativa "foram fundamentais para colocar um fim ao caos em que se encontrava o estado, com quatro folhas de pagamento atrasadas". Na época, houve reações internas no PT, já que Paulo Bernardo e Gleisi eram chamados de "forasteiros", por serem do Paraná. Muitos diziam que o projeto de governo de Zeca não daria certo.

- Se fosse gente daqui, não haveria condições para evitar a ingerência política na Secretaria de Fazenda. Foi assim que conseguimos aumentar a arrecadação de ICMS de R$45 milhões para R$90 milhões em seis meses - afirma Duarte.

Outro integrante do governo Zeca do PT, que pediu para não ter o nome citado, afirma que a reação enfrentada por Gleisi Hoffmann foi em função da sua visão de gestão:

- Ela estava muito à frente do tempo, para aquela mentalidade de gestão que havia no estado. Ela criou metas paras as secretarias, criou cláusulas de desempenho, e isso gerou uma tensão, devido à baixa capacidade gerencial que existia aqui.

Para ele, Gleisi Hoffmann era uma técnica inteligente e dura. Muitas vezes chegava a ser considerada arrogante e prepotente, em função da sua determinação de colocar em prática o modelo de gestão que na época não era comum no estado:

- Em alguns momentos, faltou habilidade política, mas talvez por ela ser técnica e muito jovem ainda (na época com 30 anos) - afirma.

Para Zeca do PT, Gleisi não tinha a "mão de ferro", como muitos comentavam na época:

- Ela é de uma grande humildade. Dura, mas capaz de ouvir. De um valor extraordinário - diz o petista.

oglobo.com.br/pais