Título: Idade mínima para doar sangue passa para 16 anos; e a máxima, 67
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Fonte: O Globo, 15/06/2011, O País, p. 11

Com mudança, universo de doadores em potencial aumentará em 14 milhões

BRASÍLIA. Jovens de 16 e 17 anos já podem, a partir de agora, ser doadores de sangue desde que autorizados pelos pais ou responsáveis legais. É o que determina portaria do Ministério da Saúde publicada ontem - Dia Mundial do Doador de Sangue - no Diário Oficial da União. A idade mínima anterior era 18 anos. A nova regra também eleva a idade máxima de 65 para 67 anos.

O Ministério da Saúde estima que a ampliação da faixa etária aumentará em 14 milhões o universo de doadores em potencial no Brasil. O governo quer expandir o volume de sangue disponível nos hospitais.

Atualmente, o Brasil coleta 3,5 milhões de bolsas de sangue por ano. Esse número é considerado suficiente, mas inferior à recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que preconiza 5,7 milhões de bolsas anuais. A meta estabelecida para 2012 é chegar a quatro milhões de bolsas.

Na Europa e nos EUA, jovens de 16 e 17 anos já doam

De acordo com a portaria, podem doar sangue pessoas com até 67 anos, 11 meses e 29 dias. A permissão para jovens de 16 e 17 anos segue regra já adotada em países europeus e também nos Estados Unidos.

A portaria assinada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, determina que a orientação sexual não deverá ser usada como critério de seleção de doadores de sangue. No entanto, mantém a restrição de que homens que tenham feito sexo com outros homens - ou mesmo com as parceiras sexuais de gays - não possam doar sangue pelo período de 12 meses.

Para continuar com essa restrição, o Ministério da Saúde argumenta que esses homens estão em situação de "risco acrescido", já que os índices de infecção por HIV são maiores nesse grupo. Restrição igual atinge heterossexuais que tenham feito sexo ocasional com um ou mais desconhecidos nos 12 meses anteriores.

- É uma posição da classe científica internacional - justifica o coordenador-geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Guilherme Genovez.