Título: Arrecadação federal bateu recorde em maio
Autor: Duarte, Patrícia
Fonte: O Globo, 17/06/2011, Economia, p. 24

Mas resultado de R$71 bi mostra alta de 7%, contra 10% em abril, refletindo crescimento menor do país

BRASÍLIA. Apesar de recorde em maio, a arrecadação de impostos e contribuições federais já refletiu a desaceleração da economia. Segundo a Receita Federal, o recolhimento de tributos naquele mês somou R$71,5 bilhões, um crescimento real de 7,18% sobre o mesmo mês de 2010 e o melhor resultado já registrado para maio. Em abril, a alta da arrecadação havia sido mais forte: 10,34%.

- Em maio, observamos influência do comportamento do crescimento econômico na arrecadação - explicou ontem o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto.

No acumulado do ano, as receitas federais somaram R$382,8 bilhões - recorde para o período - e cresceram 10,69% em termos reais. Até mesmo as chamadas receitas administradas (excluindo o pagamento de royalties) perderam fôlego. Em maio, elas somaram R$69,9 bilhões e cresceram 8,09% sobre o ano passado. Já em abril, o crescimento havia sido de 10,48%.

Indicadores que medem a atividade econômica e o comportamento dos tributos mostram desaceleração. A produção industrial, por exemplo, cresceu 1,57% entre janeiro e maio. Mas no acumulado até abril, a alta era de 2,32% e no primeiro trimestre, 3,92%. Esse indicador tem impacto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Entre janeiro e maio, o recolhimento do IPI somou R$18,6 bilhões, alta de 19,32% sobre 2010. Em maio, a alta foi menor: 7,68%.

IOF maior recolhe R$12 bi, com alta de 13% no ano

As vendas de bens e serviços, que aparecem no PIS/Cofins, cresceram 13% até maio. Essa desaceleração, por sua vez, ainda não foi tão forte. Até abril, a alta era de 11,08% e até março, 16,14%. Devido a esse comportamento, a arrecadação do PIS/Cofins somou R$80,9 bilhões, alta de 9,63% sobre 2010.

O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que foi elevado pelo governo para conter a entrada de dólares no país e para reduzir o consumo, rendeu R$12,18 bilhões aos cofres públicos até maio - alta de 13,18% sobre o mesmo período de 2010.

Entre os setores que mais têm contribuído para o aumento da arrecadação estão o financeiro (R$18,7 bilhões), comércio atacadista (R$15 bilhões) e fabricação de veículos (R$11,7 bilhões).