Título: Bovespa acumula queda de 12,16% no ano
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Fonte: O Globo, 17/06/2011, Economia, p. 23
Dólar sobe pelo segundo dia e atinge R$1,610, maior valor no mês
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve ontem mais um dia de desvalorização, elevando a queda acumulada no ano para 12,16%. Apenas em junho, o Ibovespa, referência do mercado, recuou 5,79%. A preocupação de que a crise na Grécia contamine outros países europeus, além de indicadores ruins da economia americana, levaram o índice aos 60.880 pontos, menor nível desde 5 de julho do ano passado, quando atingiu 60.865 pontos. Já há quem argumente que o movimento dos últimos dias está exagerado.
- O mercado está preocupado com a crise na Grécia e o risco de contágio em outros países. A questão agora é se haverá novo pacote de ajuda ou se a Grécia dará um calote - afirma o gestor de renda variável da Oren Investimentos, Rodrigo Mello.
Apenas 16 dos 69 ativos que compõem o Ibovespa se livraram de queda. Ações ligadas a commodities (matérias-primas) e com forte peso no Ibovespa, como Vale e Petrobras, registraram fraco desempenho. Os papéis preferenciais (PN, sem direito a voto) da mineradora caíram 1,13%, para R$42,78, enquanto os da Petrobras recuaram 0,04%, a R$23,29.
Entre as maiores altas do Ibovespa, aparecem ações com perfil defensivo, mais procuradas em momentos de incerteza. A maior alta foi a ação ordinária (ON, com direito a voto) da Sabesp, que avançou 3,33%, para R$46,50.
Na avaliação do economista da Gradual Investimentos André Perfeito, pioraram o humor do mercado rumores de que o Comitê de Basileia estuda elevar a exigência de capital dos bancos. O comitê se reúne semana que vem para discutir a regulação bancária internacional.
- O discurso de que a Grécia pode quebrar a qualquer momento tem afetado muito o mercado. E hoje (ontem) tivemos uma queda expressiva, de mais de 1%, em um nível já baixo. Está faltando um pouco de razão no mercado - afirma o sócio da M2 Investimentos Luiz Gustavo Medina.
Já o dólar teve o segundo dia de valorização, em meio ao clima de aversão a risco no mercado. Ontem, a moeda americana avançou 0,62%, para R$1,610, o maior valor desde 26 de maio, quando tinha atingido R$1,617. (Lucianne Carneiro)