Título: Bovespa sobe 0,18% e dólar cai a R$1,595
Autor: Carneiro, Lucianne; Haidar, Daniel
Fonte: O Globo, 21/06/2011, Economia, p. 21

Ações da Petrobras caem com novo adiamento do plano de negócios. Grécia preocupa

RIO e BRASÍLIA. Com ações de Petrobras e Vale em direções opostas, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou ontem em alta. O Ibovespa, principal referência do mercado, subiu 0,18%, aos 61.168 pontos. A elevação da nota de crédito do Brasil pela agência de risco Moody"s ajudou a sustentar o índice no território positivo, mas a preocupação com a situação da Grécia e a recuperação da economia mundial continuam pesando. No mercado de câmbio, o dólar recuou 0,12%, a R$1,595.

- O mercado reagiu positivamente à notícia da Moody"s, mas o efeito acabou se amenizando. Ainda há muita preocupação com a situação da Grécia. Até que isso se resolva, a Bolsa deve ficar pesada - afirma o gestor da Yield Capital, Hersz Ferman.

As ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Petrobras caíram 0,66%, a a R$25,50, enquanto as preferenciais (PN, sem voto) recuaram 0,60%, a R$23,10. Segundo analistas, o novo adiamento na divulgação do plano de investimentos de 2011/2015 da empresa trouxe mais incertezas sobre divergências internas. O plano foi rejeitado pelo ministro Guido Mantega, também presidente do Conselho de Administração da estatal, que não quer elevação nos gastos. Isso porque o governo não quer que a Petrobras aumente o preço dos combustíveis.

Mantega minimizou o fato de ter rejeitado o plano. Para o ministro, é normal que haja mais discussões e isso não é novidade:

- É normal que o Conselho de Administração busque detalhamentos - disse Mantega, que defendeu que é preciso amadurecer mais determinadas partes do plano, como corte de gastos.

Já as ações da Vale avançaram, com investidores buscando os papéis, que ficaram atraentes após as quedas recentes. Ontem, Vale ON ganhou 1,55%, a R$47,95, e Vale PNA subiu 1,38%, a R$43,30. No mês, no entanto, ainda acumulam quedas de 4,58% e 3,43%, respectivamente.

O mercado continuou piorando as expectativas de inflação para 2012. De acordo com a pesquisa Focus, feita pelo Banco Central, os economistas agora preveem que o IPCA fechará o próximo ano a 5,18%, acima dos 5,15% do levantamento anterior, mas reduziram ligeiramente a conta deste ano: de 6,19% para 6,18%. Ambos os percentuais estão acima do centro da meta oficial de inflação, de 4,5%. Na pesquisa Focus, conduzida pelo BC, o mercado também aposta que a Selic, hoje em 12,25% ao ano, será elevada para 12,50% agora no próximo mês. (Lucianne Carneiro e Chico de Gois)