Título: Remessas de imigrantes brasileiros caem 3,5%
Autor: Eichenberg, Fernando
Fonte: O Globo, 20/06/2011, Economia, p. 21

País vai na contramão da região. Latino-americanos ampliaram envio de recursos em 6,1%, para US$ 14,7 bilhões no 1o - tri

● WASHINGTON. As remessas de dinheiro de trabalhadores latino-americanos que vivem no exterior para os países da América Latina e do Caribe registraram um significativo aumentode 6,1% no primeiro trimestrede 2011 em comparação ao mesmo período do ano passado, subindo de US$ 13 bilhões para US$ 14,7 bilhões. Os cálculos são do Centro de Estudos Monetários Latino-americanos (CEMLA) e do BID, detalhados em umestudo que será divulgado esta semana. O Brasil, no entanto, foi o único país da região na contramão do fluxo crescente. Os brasileiros enviaram 3,5% menos recursos no primeiro trimestre deste ano, ressalta Natasha Bajuk, especialista em remessas do Fundo Multilateral de Investimentos (Fumin), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Segundo o Banco Central (que adota uma metodologia de cálculo diferente, mas que comprova a tendência de queda), ovalor de remessas caiu, na comparação entreos primeiros trimestres de 2010 e 2011, de US$ 528,4 milhões para US$ 510 milhões. ¿Baseados nos dados que temos até agora, estimamos a queda de remessas para o Brasil em todo oano de 2011 em torno de 8% ¿ avalia René Maldonado, coordenador do Programa de Medição de Remessas do CEMLA.

No relatório de 2010 do BID, o Brasil já havia caído do segundo para o terceiro lugar no ranking dos países receptores de remessas de dinheiro na região, atrás de México e Guatemala, e as estimativas deste ano indicam que o país deverá ser superado pela Colômbia. Na média,a previsão para 2011 é que as remessas para os países da América Latina e Caribe cresçam 7,2% em relação a 2010, nusalto de US$ 58,9 bilhões para US$ 63,1 bilhões. No primeiro trimestre, o crescimento de remessas para o México foi de 5,8%, passando de US$ 4,819 bilhões aUS$ 5,098 bilhões. No caso da Colômbia, foi ainda maior: de 11%, de US$ 901 milhões a US$ 999 milhões.A alta na Guatemala atingiu os 10%, e Peru e Equador registraram crescimentos similares, de 7,5%e 7,6%, respectivamente. ■