Título: Governo quer reduzir cota de emendas
Autor: Gois, Chico de; Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 02/07/2011, O País, p. 4

Primeira ação será derrubar na LDO proibição de corte até R$6 bilhões

BRASÍLIA. Mesmo com a reação negativa dos aliados, o governo quer enfrentar o debate da redução da cota das emendas individuais de parlamentares. A primeira medida será derrubar, na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2012, a proposta do relator, deputado Márcio Reinaldo Moreira (PP-MG), que proíbe o corte de emendas no valor de até R$6 bilhões.

Por pressão do Ministério da Fazenda, o governo quer voltar a ter liberdade total de corte. Já a redução da cota de R$13 milhões das emendas individuais será debatida no Orçamento da União, cujo projeto só será enviado ao Congresso no final de agosto.

Os aliados reclamaram muito ontem, argumentando que a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, foi precipitada ao defender a proposta, num momento de rebelião da base.

- Esse é um assunto que vai ser discutido no Orçamento. Falar nisso agora é colocar o carro na frente dos bois - afirmou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

O governo estuda reduzir a cota de R$13 milhões em cerca de 50%. As propostas mais drásticas são de cotas no valor de R$7 milhões a R$ 8 milhões. A chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, defendeu a redução quando era senadora, na Comissão Mista de Orçamento, mas suas ideias foram mal recebidas.

Esses assuntos foram discutidos ontem por Ideli e pelo relator da LDO, Márcio Reinaldo. O Planalto avisou que, se a proteção às emendas de até R$6 bilhões não for retirada da LDO, a presidente Dilma Rousseff vetará a medida.

- Vai ser muito difícil chegar a um denominador comum. Acho que vai para o voto - disse Márcio Reinaldo, após encontro no Palácio do Planalto.