Título: Moody`s alerta que pode rebaixar os EUA apenas um dia depois de calote
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Fonte: O Globo, 15/07/2011, Economia, p. 24

Ação poderia ocorrer após vencimento de parcela da dívida, em 15 de agosto

OBAMA SE REÚNE na Casa Branca com líderes de Câmara e Senado para debater o teto da dívida

WASHINGTON e NOVA YORK. Um dia depois de a Moody¿s alertar para um possível rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos, a agência de classificação de risco elevou o tom ontem e disse que, caso o governo americano perca um único vencimento da dívida, o rating do país seria cortado no dia seguinte. Além disso, à noite a Standard & Poor¿s (S&P) avisou que há 50% de chance de os EUA serem rebaixados se não houver acordo sobre a elevação do teto do endividamento, que o presidente Barack Obama vem tentando obter com os líderes no Congresso.

O vice-presidente de crédito da Moody¿s, Steven Hess, disse ao diário de negócios ¿Wall Street Journal¿ que o primeiro vencimento de uma parcela importante da dívida depois de 2 de agosto, data-limite do aumento do teto, seria no dia 15 daquele mês. Se os EUA não honrarem seus compromissos no prazo, explicou, o rebaixamento ocorreria já em 16 de agosto.

¿Como achamos que o rating provavelmente não voltará para `Aaa¿ (se houver falta de pagamento), podemos rebaixá-lo no dia seguinte¿, disse Hess.

A Moody¿s foi a segunda das três grandes agências a colocar em revisão a classificação ¿AAA¿ dos EUA ¿ a maior nota do grau de investimento.

Em abril, a S&P colocara a nota de crédito de longo prazo dos EUA em perspectiva negativa, citando preocupações com o déficit. Ontem, foi a vez da nota de curto prazo, por causa do impasse sobre o teto da dívida. E disse haver ¿uma chance em duas de reduzir a nota de longo prazo dos EUA nos próximos 90 dias¿.

Segundo o site CNNMoney, a S&P teria, em reunião recente com autoridades americanas, alertado para um rebaixamento mesmo antes de um calote. Segundo uma fonte ouvida pelo site, o diretor de Crédito da agência, John Chambers, teria dito que os EUA poderiam ser rebaixados se pagassem os juros da dívida mas não cumprissem outras obrigações, como da Previdência, por exemplo.

Ainda segundo essa fonte, teriam participado da reunião com Chambers funcionários do Fórum de Serviços Financeiros dos EUA e representantes da Câmara de Comércio Americana.

A dívida está em US$14,34 trilhões, e o Tesouro avisou que a partir de 2 de agosto não haverá recursos para fazer pagamentos se o teto não aumentar.