Título: Governo impede convocações no Senado
Autor: Gomes, Marcus Vinicius; Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 13/07/2011, O País, p. 10

Maioria rejeitou três requerimentos e festejou "barba, cabelo e bigode"

BRASÍLIA. A terça-feira foi muito mais leve para o governo do que seus líderes poderiam imaginar. Logo cedo, o diretor-geral afastado do Dnit, Luiz Antonio Pagot, já dava sinais de que não levaria adiante as ameaças veladas do PR de atacar o governo em seu depoimento no Senado. E, antes do fim da manhã, a tropa situacionista da Casa já derrotara tentativas da oposição de ressuscitar outros escândalos da gestão petista. Nos corredores, governistas comemoravam ter feito "barba, cabelo e bigode".

Primeiro, a maioria governista rejeitou três requerimentos da oposição na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) que queriam convocavar a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), o petista Expedito Veloso e a ex-senadora Serys Slhessarenko a prestarem esclarecimentos sobre o caso dos aloprados. Já na Comissão de Constituição e Justiça, a discussão sobre os aloprados foi adiada para agosto.

- Afinal, a terça não foi tão infernal como imaginávamos - comemorou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

Para manter a situação sob controle, o PT se dividiu em três frentes, designando os senadores Lindbergh e Delcídio Amaral (MS) para tomar conta da pauta da CAE; José Pimentel (CE) para a CCJ; e Jorge Viana (AC) e Walter Pinheiro (BA) para o depoimento de Pagot.

E ainda arrumou uma carta de Expedito Veloso, na qual ele nega ter admitido à revista "Veja" envolvimento do ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, num falso dossiê contra José Serra na campanha pelo governo de São Paulo em 2006. "As especulações publicadas na revista "Veja" não foram e não serão confirmadas por mim", diz Veloso.