Título: PR não irá a encontro com Dilma
Autor: Alvarez, Regina
Fonte: O Globo, 13/07/2011, O País, p. 4

BRASÍLIA. A efetivação de Paulo Sérgio Passos no comando do Ministério dos Transportes causou racha no PR. Enquanto a bancada do Senado manifestou apoio à decisão da presidente Dilma Rousseff, a cúpula do partido e a bancada da Câmara não escondem a insatisfação. Mas, enfraquecido com o desgaste do escândalo, o PR reconhece que não terá como reagir agora.

Em jantar na casa do secretário-geral do PR, deputado Valdemar Costa Neto (SP), parlamentares reconheceram que o partido ficou extremamente fragilizado com o episódio. A cúpula avaliou que a legenda não tem como sair do governo, mas pode manifestar sua contrariedade, ainda que com pequenos gestos.

O consenso no partido, até mesmo entre os que apoiaram a decisão de Dilma, é que a presidente enfraqueceu ainda mais a legenda ao conduzir a mudança no comando dos Transportes sem fazer uma consulta mais ampla a todos os líderes. Estavam presentes os deputados Lincoln Portela (PR-MG), líder do partido, Luciano Castro (PR-RR), Edson Giroto (PR-MS), o senador e ex-ministro Alfredo Nascimento (PR-AM), presidente do partido, além de outros parlamentares. Valdemar resumiu como será a atuação do PR de agora em diante.

De imediato, decidiram não participar hoje de encontro com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada. O senador Clésio Andrade (PR-MG), no entanto, elogiou a decisão da presidente, ressalvando que Passos é filiado ao PR. O líder do PR no Senado, Magno Malta (ES), também apoiou a decisão de Dilma.

Ontem, a Controladoria Geral da União (CGU) decidiu instaurar sindicância para apurar suspeita de enriquecimento ilícito de Mauro Barbosa, ex-chefe de gabinete do então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.