Título: Vagas com carteira desaceleram
Autor: Ribeiro, Fabiana
Fonte: O Globo, 20/07/2011, Economia, p. 23

No 1º semestre foram gerados 208 mil postos a menos que em 2010

BRASÍLIA. O emprego com carteira assinada desacelerou pelo segundo mês consecutivo em junho, quando foram criadas 215.393 vagas. No primeiro semestre, o saldo (diferença entre contratações e demissões) atingiu 1,265 milhão - uma redução de 14,12% em relação ao resultado obtido em igual período de 2010, ou 208.070 postos a menos.

Ainda assim, graças ao desempenho do setor agropecuário, o resultado de junho foi o segundo melhor para o mês da série do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), perdendo apenas para as 309.442 vagas de 2008, antes da crise financeira internacional. Em junho do ano passado, foram criados 212.952 empregos.

Apesar do ligeiro aumento nas contratações no mês passado, à exceção do comércio (29.967 vagas) e da construção civil (30.531), todos os demais segmentos criaram menos postos de trabalho do que em maio. Foram abertas 75.227 vagas na agricultura, 53.543 em serviços e 22.618 na indústria de transformação.

Na comparação semestral, os únicos setores que tiveram desempenho melhor neste ano foram serviços e agricultura. A queda mais acentuada foi verificada na indústria, de 38,09%. Comércio e construção civil recuaram 35,95%.

Ministro mantém meta de três milhões de empregos formais

Entretanto, para o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o mercado não está desacelerando, mas crescendo menos e de forma diferenciada entre os setores. Apesar de o Banco Central elevar juros para frear o ritmo da atividade e conter a inflação, o ministro destacou que os dados do emprego revelam que a economia continua pujante.

- Junho foi melhor do que junho do ano passado. É a prova inequívoca de que os empregos continuam crescendo no país - afirmou Lupi, que mantém a meta de criação de três milhões de empregos formais este ano.

O Rio registrou seu melhor resultado para junho este ano, com 19.756 contratações. Os preparativos para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, empreendimentos nos setores petrolífero e portuário e subsetores de serviços, como hotéis e restaurantes, explicam o desempenho.

- O Rio vai ter um acúmulo de investimentos. Tem tudo para continuar sendo um grande puxador na geração de empregos - disse Lupi.

Em termos absolutos, o melhor resultado do mês foi o de São Paulo, com 61.208 postos, seguido por Minas (45.021). Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste lideram as contratações.

Devido ao melhor desempenho do agronegócio (cultivo de café e frutas cítricas, principalmente), as maiores oportunidades de emprego em junho ocorreram no interior. As regiões metropolitanas responderam por apenas 48.264 postos.

Nos dados ajustados, que consideram informações prestadas ao Ministério fora do prazo (até o 7º dia útil do mês), a geração de empregos neste ano soma 1,414 milhão. Estão corrigidos os meses de janeiro a maio.