Título: EUA mais perto do calote
Autor:
Fonte: O Globo, 22/07/2011, Economia, p. 23
Sem acordo para dívida, republicanos e democratas estão sob pressão
SOMOS A GRÉCIA?, pergunta a ativista diante da Casa Branca
WASHINGTON. Os EUA continuavam ontem perigosamente perto de uma moratória de sua dívida federal, cujos efeitos desastrosos elevam a pressão por um acordo entre democratas e republicanos sobre redução do déficit fiscal. Esse acordo é fundamental para que o Congresso aprove um aumento do teto de endividamento do governo a tempo de evitar um calote sem precedentes na história do país. Os negociadores, porém, têm encontrado dificuldades para superar o impasse apesar da aproximação de 2 de agosto, data limite para elevar o teto da dívida, hoje em US$14,3 trilhões.
A proposta da chamada Gangue dos Seis, composta por três senadores republicanos e três democratas, alimentou esperanças, esta semana, de um compromisso. Com as medidas propostas, que preveem um corte geral do déficit em US$3,7 trilhões nos próximos dez anos, não só o país evitaria a moratória, como conseguiria manter seu rating em AAA, hoje ameaçado de corte pelas agências de classificação de risco.
Mas o risco é bastante alto, e a divisão muito ampla entre o presidente democrata e seus rivais republicanos, sobretudo às vésperas de um ano eleitoral. Há temor de que as negociações possam falhar, à medida que o início do próximo mês se aproxima.
Obama pediu na quarta-feira que os líderes do Congresso fossem à Casa Branca para terem as primeiras conversas cara a cara nesta semana, numa nova tentativa de obter algum consenso. Mas não havia até ontem um sinal mais concreto de avanço.
Os encontros separados de Obama com republicanos e democratas ocorreram após a Casa Branca, demonstrando uma postura mais flexível do presidente, sinalizar que Obama poderia apoiar um aumento de curto prazo no limite da dívida por ¿alguns dias¿, caso os parlamentares concordem com um abrangente acordo de redução de déficit.