Título: Com mais caixas eletrônicos, bancos se preparam para Copa e Olimpíadas
Autor: Oswald, Vivian
Fonte: O Globo, 17/07/2011, Economia, p. 28

Caixas volantes poderão se deslocar segundo as necessidades dos usuários

BRASÍLIA. De olho na promessa das transações financeiras bilionárias que serão realizadas pelos cerca de quatro milhões de estrangeiros que cruzarão as fronteiras brasileiras por causa dos maiores eventos esportivos do planeta - Copa do Mundo, em 2014, e Olimpíadas do Rio, em 2016 -, o sistema bancário do país já começou a se preparar. Vai aumentar o número de caixas eletrônicos em pontos estratégicos das cidades-sede e em seus principais pontos turísticos, além de desenvolver uma novidade que, se funcionar, virá para ficar: caixas volantes que poderão se deslocar segundo as necessidades dos usuários.

A ideia é tornar disponível o máximo possível de caixas aos turistas, sobretudo nos dias imediatamente anteriores aos campeonatos.

- Não podemos descuidar principalmente nos primeiros dias, quando a procura por reais será grande em função da chegada das pessoas ao Brasil - disse ao GLOBO o diretor técnico da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Wilson Gutierrez.

Segurança também será reforçada nos caixas

Outra novidade é que os caixas estão sendo preparados para receber cartões de débito e crédito de bandeiras que ainda não são usadas no Brasil. O mesmo está acontecendo com as máquinas de cartão no comércio. Na Copa da África do Sul, em 2010, nada menos do que 60% das movimentações financeiras foram feitas por cartão.

Em abril deste ano, a Redecard firmou parceria com a bandeira chinesa UnionPay, pouco conhecida no mundo ocidental, mas que já reúne dois bilhões de clientes entre China, Índia e Japão. Os clientes desta bandeira vão poder sacar dinheiro em espécie nos caixas eletrônicos do Itaú e comprar em todos os estabelecimentos brasileiros com máquinas da Redecard.

- Já tínhamos firmado um convênio com a americana Discover e com a argentina Cabal. Queremos fazer com outras bandeiras importantes até a Copa. Fizemos o mesmo com mais de uma dúzia de bandeiras brasileiras regionais. Muitos brasileiros vão viajar pelo país durante os jogos - disse Carlos Zanvettor, diretor-executivo de Marketing, Varejo e Produtos da Redecard.

Além disso, os bancos já negociam com as empresas de segurança reforços nos seus equipamentos e estratégias para transportar não apenas os reais que deverão circular depressa pelo país no período, mas também as moedas estrangeiras que serão recebidas nas várias praças. Estas mesmas empresas e casas de câmbio também terão de investir em máquinas que ajudem a identificar notas estrangeiras falsas.

Mais espaço e conforto nas casas de câmbio

Também estão sendo negociados neste momento espaços mais amplos e confortáveis para evitar confusão e filas excessivamente longas nas casas de câmbio instaladas nos aeroportos por onde passarão os visitantes.

Uma alternativa que estaria em estudo no Banco Central (BC) é ampliar o limite de troca de câmbio que precisa ser comunicado à instituição, hoje de US$1 mil. A ideia é desburocratizar a troca para facilitar a vida dos estrangeiros. Mas isso, segundo Gutierrez, terá de ser executado com cuidado para evitar as operações de lavagem de dinheiro.

De acordo com fontes do BC, em vários casos ocorrerão adaptações para sistemas bancários menos desenvolvidos. Um exemplo é tornar legíveis as fitas magnéticas de certos cartões estrangeiros. Também está sendo preparada a leitura de cartões estrangeiros sem chip pelas máquinas brasileiras.