Título: País tem taxa elevada de morte de gays
Autor: Ribeiro, Marcelle
Fonte: O Globo, 24/07/2011, O País, p. 17

Média nos EUA é de 30 por ano. No Brasil, em 2010, foram 260

SÃO PAULO. Em maior evidência na mídia no momento, a discriminação contra homossexuais no Brasil preocupa o governo, entidades civis e também a Unaids, programa das Nações Unidas sobre a Aids.

- O Brasil é campeão de crimes. A média é de 35 a 40 mortes de gays por ano no México. Nos Estados Unidos, é de 25 a 30. E, no Brasil, foram 260 no último ano - afirma Pedro Chequer, coordenador da Unaids no Brasil.

Chequer, assim como especialistas e dirigentes de entidades que atuam em defesa dos direitos de homossexuais, defende a aprovação da lei que criminaliza a homofobia.

O Grupo Gay da Bahia e a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais reivindicam, ainda, que as ações do governo sejam mais rápidas. A ministra Maria do Rosário, chefe da SEDH, defende-se.

- Reconhecemos que infelizmente ainda há muitos crimes de homofobia. No entanto, é preciso ressaltar que nos últimos anos avançamos muito - afirmou a ministra, listando ações como congressos e campanhas contra homofobia.

No caso do racismo, a discriminação contra negros continua acontecendo pelo fato de as penas para esse tipo de delito serem pequenas, na opinião do presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo, Eduardo Pereira da Silva.

- A pena não tem tido um caráter pedagógico - afirma.

Já Marco Antonio Zito, conselheiro do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra do governo estado, reclama da demora das decisões judiciais de casos sobre racismo, o que gera sensação de impunidade.