Título: Economist para os EUA: escutem a S&P
Autor: Durão, Mariana; Batista, Henrique Gomes
Fonte: O Globo, 12/08/2011, Economia, p. 21

Agência pode ter falhas, mas rebaixamento reflete `inutilidade dos políticos¿

LONDRES. A revista ¿Economist¿ que chegou às bancas britânicas ontem critica a postura dos Estados Unidos após o rebaixamento, há uma semana, pela agência de classificação de risco Standard & Poor¿s. Segundo a publicação, a única preocupação é jogar a culpa em alguém, com democratas e republicanos se acusando mutuamente e a Casa Branca buscando desacreditar a S&P. Mas, argumenta a revista, a agência teve razão ao rebaixar os EUA de ¿AAA¿ para ¿AA+¿.

O título do artigo faz um trocadilho com o nome da agência: ¿Substandard & Poor¿. Nele, a ¿Economist¿ afirma que o mensageiro pode até ter suas falhas ¿ afinal, as agências de rating perderam muito de sua aura após a quebra do Lehman Brothers, classificado por elas como ¿AAA¿ ¿, mas os EUA deveriam prestar atenção na mensagem. ¿Não importa o quanto Barack Obama bufe, o trabalho de uma agência de rating é classificar bônus, inclusive do governo, e avisar quando considerar que o ativo de menor risco do mundo se tornou arriscado.¿

A Casa Branca apontou um erro de US$2 trilhões nos cálculos da agência, mas esta manteve o rebaixamento. ¿Mesmo depois de acertar sua matemática, ela concluiu que a dívida americana estava crescendo de forma insustentável como percentual do PIB¿.

E a ¿Economist¿ conclui: ¿O veredicto da S&P se baseia na inutilidade dos políticos americanos¿. A agência argumenta, diz a revista, que a política dos EUA ficou menos previsível, e suas finanças, menos administráveis. ¿A ameaça de um calote, antes inimaginável, agora é moeda de troca em Washington. Esse não é o comportamento de um país `AAA¿. A S&P fez um favor aos EUA ao mostrar isso.¿