Título: Bancos e telecomunicações entram na lista negra de sanções dos EUA
Autor: Malkes, Renata; Oliveira, Eliane
Fonte: O Globo, 11/08/2011, O Mundo, p. 35

OFICIAL SÍRIO mostra delegacia queimada em Hama: relatos de caos

WASHINGTON. Além de decretar novas sanções contra empresas ligadas ao regime sírio, os Estados Unidos romperam ontem o discurso cauteloso quanto ao governo de Damasco. Segundo a Casa Branca, ¿o presidente Barack Obama acredita que a Síria estaria melhor sem Bashar al-Assad¿.

¿ Estamos vendo com horror o que ele está fazendo com seu próprio povo ¿ disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Mais cedo, o Departamento do Tesouro anunciou, ainda, novas sanções em resposta às denúncias de massacre contra civis. As restrições são direcionadas ao estatal Banco Comercial da Síria e seu subsidiário no Líbano, o Banco Comercial Sírio-Libanês, e à companhia estatal de telecomunicações Syriatel. Todos os ativos em jurisdição dos EUA serão congelados, e cidadãos americanos estão impedidos de fazer quaisquer transações com as duas instituições.

Segundo o subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira, David Cohen, a instituição bancária foi penalizada por fornecer serviços financeiros ao Centro de Pesquisas, Estudos e Ciências (SSRC, na sigla em inglês) da Síria e ao Banco Comercial Tanchon, da Coreia do Norte ¿ já punido em 2005 por seu apoio ao programa nuclear de Pyongyang. Já a Syriatel é de propriedade de Rami Makhlouf ¿ primo do presidente Bashar al-Assad e um dos homens mais ricos e influentes do país.

Sem querer ficar para trás diante dos esforços de Turquia, Índia, Brasil e África do Sul, a diplomacia americana também garantiu que vai manter a questão síria na pauta do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York. A embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, defendeu, inclusive, uma aparição da alta comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos, Navy Pillay, para falar sobre as denúncias de abusos na Síria.