Título: Berlusconi amuncia que aprovará medidas anticrise semana que vem
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Fonte: O Globo, 11/08/2011, Economia, p. 25

Segundo o premier, data pode ser antecipada. Sindicatos criticam

ROMA. O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, anunciou ontem que o Conselho de Ministros fará uma reunião extraordinária para aprovar por decreto-lei as novas medidas anticrise pedidas pelo Banco Central Europeu (BCE) para acalmar a tensão dos mercados sobre as finanças públicas do país. Durante encontro com representantes de empresas, bancos e sindicatos ¿ que se opõem às medidas ¿, Berlusconi indicou que a data pode até mesmo ser antecipada, caso necessário. Entre as medidas que o Executivo pretende aprovar está um imposto patrimonial, um bloqueio de aposentadorias e a liberalização de alguns serviços públicos locais.

A reunião abordou medidas para impulsionar o crescimento e passos para cortar em 20 bilhões o déficit, para alcançar o novo objetivo de equilibrar o Orçamento já em 2013, em vez de no ano seguinte. Berlusconi concordou na semana passada com a aceleração das medidas orçamentárias aprovadas no mês passado, após pressões do BCE e de sócios europeus, como Alemanha e França.

Susanna Camusso, diretora do CGIL, o principal sindicato da Itália, disse que o governo não havia oferecido propostas adequadas e repetiu seu chamado para que as demandas do BCE sobre os planos para a redução do déficit sejam tornadas públicas.

¿ A reunião não esteve à altura do que era preciso, dada à seriedade do problema que temos, e não se mostrou a transparência necessária ¿ afirmou após o encontro em Roma. ¿ Se o Orçamento de austeridade afeta as vítimas de sempre, vamos nos mobilizar para mudar isso.

No mês passado, o governo aprovou um programa de austeridade de 48 bilhões destinado a assegurar que o Orçamento fique equilibrado em 2014. O plano, porém, foi muito criticado por deixar a implementação da maior parte das medidas para depois das eleições de 2013.

Já o ministro da Economia italiano, Giulio Tremonti, disse que o governo espera reduzir o déficit de 3,8% do PIB para entre 1,5% e 1,7% do PIB em 2012, segundo uma fonte presente na reunião com os sindicatos.