Título: Câmara de Gestão vai focar em transparência nos Transportes
Autor: Damé, Luiza
Fonte: O Globo, 20/08/2011, O País, p. 10

Ponto-chave no processo é o Dnit, para reduzir possibilidade de corrupção

BRASÍLIA. Mais de um mês após denúncias de irregularidades na aplicação de recursos públicos, o Ministério dos Transportes passou a ser o alvo da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade, criada pela presidente Dilma Rousseff para propor métodos de melhoria dos serviços públicos com redução de gastos. Segundo o presidente da câmara, Jorge Gerdau Johannpeter, tanto no ministério como no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) deverão ser modernizados os métodos de licitação e o processo de transparência como forma de combater a corrupção.

- Estamos iniciando essa construção no Ministério dos Transportes, e, indiscutivelmente, o Dnit é o ponto-chave no processo. Aí vão se estruturar os métodos de concorrência e os métodos de transparência, que indiscutivelmente vão dar maior segurança ao processo como um todo - afirmou Gerdau.

No mês passado, foram reveladas irregularidades na execução de contratos do Dnit, que resultaram na demissão de cerca de 30 servidores, incluindo a cúpula do departamento e o então ministro dos Transportes, senador Alfredo Nascimento (PR-AM).

Gerdau afirmou que o papel da câmara não é fiscalizar denúncias de corrupção, mas salientou que a transparência e a melhoria da gestão reduzem as possibilidades de desvio.

- Não somos fiscais da corrupção. Nossa função é trabalhar metodologia e desenho de processos que dão transparência e informações tais que as possibilidades de coisas erradas diminuem enormemente - afirmou.

O empresário reconheceu que, mesmo com métodos modernos de gestão, não haverá um controle total da corrupção. Segundo ele, o processo é lento e não há soluções que resolvam problemas de gestão "de um dia para o outro". Destacou que, no ano passado, foram investidos R$76 milhões de recursos privados em projetos de aprimoramento da gestão em dez estados - "que tinham problemas semelhantes aos do governo federal" -, e o retorno foi de R$74 bilhões.

- Com a sistemática de transparência e de forma absolutamente pública, a possibilidade de corrupção se reduz enormemente. As coisas nunca são 100%, mas há possibilidade de melhoria significativa quando a liderança quer.