Título: Meta do MEC é reduzir indicador para até 6%
Autor: Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 21/08/2011, O País, p. 17

Combate à evasão é fundamental para ensino de qualidade

A Secretaria de Educação Superior do MEC vem cruzando dados para ter um diagnóstico mais preciso sobre a evasão no ProUni, já que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do ministério responsável pelo censo do ensino superior, não calcula esse indicador.

Diferentes metodologias levam a resultados distintos. Ao analisar a situação dos bolsistas do ProUni que ingressaram em 2009, por exemplo, o MEC concluiu que, em 2010, apenas 4% tinham deixado o programa. Já no conjunto do setor privado, a evasão chegava a 15,6%. Nas instituições públicas, afirma Luiz Claudio, a taxa estaria na faixa de 11%. Segundo ele, a meta do ministério a longo prazo é reduzir a evasão para 4% a 6%.

- Se consigo reduzir a evasão à metade, estamos falando de 450 mil estudantes que não vão sair. Combater a evasão é fundamental para a expansão do ensino com qualidade.

O balanço não esclarece qual o número de bolsistas integrais, no universo de estudantes que deixaram o ProUni. Esse grupo tem direito a estudar sem pagar nada, já que o programa cobre 100% do valor das mensalidades. Quem tem bolsa parcial recebe desconto de 50%.

A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) participa do ProUni, uma exigência para ter direito a isenções fiscais. A universidade só atende bolsistas integrais. Atualmente, diz o vice-reitor para Assuntos Comunitários, Augusto Sampaio, 1.080 alunos estão nessa situação. Embora a lei não exija, a PUC -RJ oferece a eles vale-transporte e vale-refeição no restaurante universitário.

Horário das aulas na PUC-RJ é entrave para quem trabalha

Sampaio informa que a evasão entre bolsistas do ProUni na instituição atingiu 19%, em 2010. Em 2009, ela tinha ficado em 15%. No primeiro semestre de 2011, estava em 7%. A estatística considera quem deixou o programa, tendo continuado ou não no ensino superior. Segundo ele, o índice é elevado. Entre os motivos, cita o desconhecimento - e consequente frustração - dos estudantes sobre o curso em que ingressaram e o horário das aulas.

- No primeiro e no segundo ano, as aulas são, na maioria dos cursos, no turno vespertino. Para um aluno que quer trabalhar, isso inviabiliza.

O balanço do MEC mostra também que 175.215 bolsistas concluíram o curso e 488.819 frequentavam a universidade. (Demétrio Weber)