Título: Petrobras importa mais 630 mil barris
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 17/08/2011, Economia, p. 25

Gabrielli diz que em "algum momento" vai ter que aumentar a gasolina

RIO, SÃO PAULO e BRASÍLIA. O aumento do consumo interno de gasolina está fazendo a Petrobras importar cada vez mais o combustível. Até o fim do mês chega ao Brasil a carga de 630 mil barris de gasolina, comprada dos Estados Unidos. As refinarias já estão trabalhando a todo o vapor e o consumo cresceu 11,6% frente ao primeiro trimestre deste ano, quando eram vendidos dentro do país 439 mil barris diários. Atualmente, esse volume subiu para 490 mil. No primeiro semestre do ano passado, eram consumidos no Brasil 392 mil barris diários. Em abril e maio deste ano, a companhia importou um total de 2,5 milhões de barris de gasolina, que são suficientes para cerca de quatro dias de consumo.

O próprio presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, já havia avisado que a empresa continuará importando no segundo semestre deste ano.

Governo deve usar imposto para compensar reajuste

Sobre os preços internos da gasolina, Gabrielli voltou a repetir que em "algum momento" a empresa terá que repassar essa alta de custo para os preços do varejo. Segundo ele, desde maio de 2009 a Petrobras não reajusta o valor do litro da gasolina das distribuidoras, fixado em R$1,05.

- Não vamos seguir o dia a dia do preço internacional. Mas vamos ajustar o preço doméstico algum dia, porque não podemos manter o preço doméstico nesse nível. Isso é uma decisão que vamos tomar no momento correto - disse Gabrielli, pouco antes de participar de seminário em São Paulo.

Apesar de o governo não gostar da ideia de se reajustar os combustíveis neste momento, o Ministério da Fazenda já não descarta um aumento para a gasolina e o diesel no curto prazo. Esta tem sido uma demanda da Petrobras. Mas, se isso acontecer, a calibragem para evitar o impacto para o consumidor e novas pressões inflacionárias virá de mudanças na Cide (o tributo que índice sobre os combustíveis).

O preço dos combustíveis foi congelado em junho de 2009, quando o barril do petróleo estava cotado a US$70. Hoje, o mesmo barril está em torno de US$110.

COLABORARAM Vivian Oswald e Lino Rodrigues