Título: Eike elogia ação de Dilma anticorrupção
Autor: Éboli, Evandro
Fonte: O Globo, 17/08/2011, O País, p. 10
Cena de "Insensato coração" faz empresário criticar visão paternalista do Estado
O empresário Eike Batista conclamou a sociedade brasileira a se unir em torno da política de transparência da presidente Dilma e da Frente Suprapartidária Contra a Corrupção, criada esta semana no Congresso. Eike condenou os empresários, empreiteiros inclusive, que ainda têm uma visão ultrapassada sobre o papel paternalista do Estado:
- Estou à vontade para dizer isso porque não dependo de contrato de governo. O que eu tenho são licenças das agências reguladoras, onde todos podem competir, participar dos leilões, etc.
O empresário destacou o que chamou de "esforço extraordinário" da presidente Dilma para fazer um governo sério e transparente:
- A palavra mágica é esta: transparência. O empresário da construção civil, por exemplo, deveria tornar transparentes seus contratos com o governo, principalmente os gastos. Deixar tudo claro. Isso é bom para o empresário, para o governo e para a sociedade fiscalizar.
Eike fez esses comentários ao perceber o nervosismo da patricinha má Paula Cortez, filha do banqueiro corrupto Horácio Cortez, da novela "Insensato coração", que, antes de fugir do país para ir ao encontro do pai, fez uma parada num desses restaurantes de bacanas da Zona Sul, a caminho do Galeão, onde Eike jantava.
Foi a última noite de gala no país para a filha do banqueiro da novela, e, por isso, pediu um verdadeiro banquete, não sem antes humilhar todos os funcionários da casa, do gerente ao garçom.
- Este restaurante é bom, mas é caríssimo. Não sei se ela terá dinheiro para pagar. Até uma pessoa como o senhor deve frequentá-lo, mas só de vez em quando - comentei com Eike Batista.
Como o mundo é pequeno, Tainá é formada na mesma faculdade que nos deu, entre outros, Patrícia Poeta e Manuela D"Ávila. Ela chegou a pegar no pesado no jornalismo e passou por situações complicadas como modelo na Ásia, que a inspirou a criar um blog para relatar essas experiências.
Tainá, que faz sua segunda novela na Globo, disse que adorou o seu papel:
- Foi um privilégio fazer a Paula, um personagem diferente, perturbador, que veio para incomodar. Ela é mal-educada, cheia de preconceitos, que desperta ódio na maioria e admiração nas pessoas que infelizmente existem e agem como ela. É triste dizer isso, mas deve haver várias Paulas por aí.
Como estudante e, depois, repórter, Tainá Müller sempre gostou de estar nas ruas, cobrindo os acontecimentos, exercendo a verdadeira função social do jornalismo. Quando percebeu que o trabalho a estava levando a outros caminhos, igualmente interessantes, mas sem o instigante contato com as desigualdades sociais, mudou de carreira. Fez curso de atriz:
- Acho que o trabalho que acabo de fazer consegue despertar uma discussão sobre a ética, provocar uma reflexão sobre a nossa realidade, onde existem personagens reais como Horácio, Léo, a própria Paula e a Norma, por exemplo, que foi contaminada por um sistema carcerário que não consegue reeducar as pessoas.