Título: Dilma pede que Congresso não crie despesa
Autor: Beck, Martha
Fonte: O Globo, 30/08/2011, Economia, p. 23

BRASÍLIA. Assim que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou o aumento do superávit primário em R$10 bilhões, a presidente Dilma Rousseff fez um apelo aos partidos da base governista para que não criem despesas que não tenham fontes de receita. Ela quer o apoio dos parlamentares para que não votem, agora, em plena crise econômica internacional, medidas como a emenda 29, que fixa os percentuais mínimos a serem gastos na Saúde por estados, municípios e União; e a proposta de emenda constitucional (PEC) 300, que cria um piso salarial nacional para bombeiros e policiais.

De acordo com o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), Dilma informou que o Executivo deve apresentar outras propostas para a Saúde. Uma delas consiste em o Sistema Único de Saúde (SUS) passar a cobrar dos planos particulares pelos atendimentos de média e alta complexidades.

- O governo tomará várias medidas para melhorar a saúde. Mas só cobrar dos planos particulares não resolve a questão - afirmou, admitindo que todos os líderes defenderam a votação da emenda 29 na Câmara, mas que há tempo para conversar.

Apesar de discordarem do aumento do superávit primário, os representantes das centrais sindicais, que foram avisados por Dilma do aumento do superávit, disseram que vão esperar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), amanhã, para decidir como agir.

- A CUT é contra o aumento do superávit e a favor da queda da taxa de juros - disse o presidente da CUT, Artur Henrique. (Chico de Gois e Isabel Braga)