Título: Furnas nega responsabilidade por apagão
Autor: Ordoñez, Ramona; Tavares, Mônica
Fonte: O Globo, 07/09/2011, Economia, p. 27
Após reunião no Rio, técnicos da Aneel avaliarão se haverá punições
RIO e BRASÍLIA. Furnas, maior geradora de energia do país, afirmou não ter qualquer responsabilidade sobre a falta de luz que atingiu 14 estados na tarde da última sexta-feira. Em nota, a companhia ressaltou que "confirma estar comprovadamente isenta da responsabilidade". Técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de Furnas e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) se reuniram ontem no Rio.
Na sexta-feira, a explosão do reator de uma das três linhas de transmissão de 765 kV (quilovolts) de energia da usina de Itaipu, de propriedade de Furnas, fez com que o ONS ativasse o sistema de segurança, o que resultou no desligamento programado do sistema das 16h43m às 17h13m. Apesar de Furnas ter comunicado imediatamente que o reator estava com problemas, pedindo o desligamento da linha, o reator explodiu logo depois.
O ONS argumentou que não desligou a linha imediatamente porque o pedido de Furnas foi classificado como urgente, o que permite o desligamento gradual. Só quando o problema é classificado como emergência é que há desligamento imediato. Segundo o ONS, houve retirada gradual da energia na linha.
Com base nas informações da reunião de ontem, os técnicos da Aneel vão avaliar se será aberto um processo de fiscalização, para apurar responsáveis e definir possíveis penalidades.
Em nota, após a reunião, quando foi elaborado o Relatório de Análise de Perturbação (RAP), Furnas reiterou que "cumpriu rigorosamente os procedimentos operacionais previstos, como de costume". Técnicos de Furnas, segundo fontes, dizem não saber por que o ONS demorou tanto a desligar a linha com problemas no reator. O sistema é dimensionado para operar normalmente com duas das três linhas.
Já a transferência dos ativos da iluminação pública para as prefeituras pode ser adiada para julho de 2013. O processo deveria ser concluído até setembro de 2012. Mas, a diretoria da Aneel decidiu abrir uma nova rodada de discussões - desta sexta-feira a 9 dezembro. Com a transferência dos ativos, as prefeituras terão que assumir os custos de manutenção da infraestrutura, que hoje são das distribuidoras de energia.