Título: Arquivada denúncia de carona
Autor: Castro, Juliana
Fonte: O Globo, 13/09/2011, O País, p. 4

Além de Paulo Bernardo, comissão enterra acusação a Pimentel

BRASÍLIA. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República arquivou ontem o pedido de investigação sobre uma suposta carona em avião da empreiteira Sanches Tripolin pelo hoje ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, na campanha eleitoral no ano passado. O colegiado também resolveu enterrar denúncia envolvendo o ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, que teriam sido flagrados visitando o petista José Dirceu em hotel em Brasília, onde teria sido montado uma central de lobby, segundo reportagem publicada pela revista "Veja".

Para o presidente da Comissão de Ética, Sepúlveda Pertence, não houve problema na conduta dos dois servidores:

- Independentemente de novas provas, decidiu-se pelo arquivamento porque o que se tem é uma visita de dois cidadãos a outro.

Com relação ao caso de Paulo Bernardo, Pertence informou que não há provas suficientes para abertura de investigação - que poderia resultar em censura, advertência, suspensão ou até na demissão do funcionário:

- Não só (houve) o desmentido formal do ministro de que jamais havia usado o avião daquela empresa, como o desmentido da própria empresa. E há uma questão no lançamento de um programa; segundo o ministro, o avião foi providenciado pela prefeitura interessada e não se trouxe prova da propriedade desse avião.

Outro caso visto foi o escândalo do Dnit, que acabou em demissão do então diretor-geral Luiz Antonio Pagot e em outras diretorias. Este continuará sendo apurado. Outra denúncia arquivada por falta de provas foi contra Haroldo Lima, diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo: dois assessores teriam supostamente cobrado propina de R$40 mil à advogada Danuza Sampaio, que relatou o caso à revista "Época".